Quem tem um negócio online, precisa estar sempre de olho nas regulamentações do Banco Central. Nesse sentido, para quem tem um marketplace, entender o que é CIP deve ser um item prioritário.

Sigla para Câmara Interbancária de Pagamentos, em linhas gerais, essa organização garante o bom funcionamento das transações financeiras feitas no comércio eletrônico brasileiro.

Quer saber mais? Continue a leitura deste conteúdo e compreenda desde a definição de CIP até a regulamentação do Banco Central.

O que é a CIP e qual sua função no sistema financeiro brasileiro

CIP – Câmara Interbancária de Pagamentos, é uma organização civil sem fins lucrativos, criada em 2001 para organizar e controlar o volume de transações no comércio eletrônico em nosso país.

Ela também tem como objetivo garantir transparência e o bom funcionamento dos processos bancários.

A CIP integra o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), o qual é associado e regulado pelo Banco Central, Conselho Monetário Nacional (CMN), e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Além disso, sendo responsável pelas transferências de valores, a Câmara Interbancária de Pagamentos segue princípios estabelecidos pelo Bank for International Settlements (BIS), um órgão que atua junto aos bancos centrais de cada país.

Tenha em mente que, quando se trata de cartão de crédito ou débito, a CIP recebe todas as informações que são enviadas pela bandeira e adquirentes. Assim, antes de liberar o pagamento para a conta do negócio ou do cliente, é ela que recolhe as informações da operação.

Mas não é apenas nas transações via cartão que a CIP entra em cena. Para deixar bem claro a você o que é CIP e qual a sua função, sempre que você ou um cliente seu envia um Pix ou realiza uma compra na internet, é ela que está por trás do processo.

Câmara Interbancária de Pagamentos: papel e importância

Seguindo o que foi explicado no tópico acima, a CIP:

  • Garante segurança nas operações feitas por meios eletrônicos;
  • Busca reduzir o número de fraudes e golpes financeiros no ambiente online;
  • Cria regras e diretrizes para regulamentar as transações realizadas pelos negócios online;
  • Assegura a autonomia, agilidade e eficiência em todos os processos de pagamentos efetuados no Brasil;
  • Intermedia a portabilidade entre as instituições financeiras.

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Como a CIP atua nas transações entre bancos

Sua atuação segue princípios definidos pelo BIS (Bank for International Settlements, ou Banco de Compensações Internacionais), que estabelece boas práticas globais para sistemas de pagamento e liquidação, garantindo que o Brasil esteja alinhado aos padrões internacionais, oferecendo estabilidade e eficiência ao sistema financeiro.

Nos negócios virtuais, a Câmara Interbancária de Pagamentos tem grande importância: ela somente libera o pagamento para a conta do estabelecimento comercial após ter consolidado os dados da transação.

Aliás, esse é um dos papéis centrais da CIP: atuar como garantidora de que o dinheiro só muda de mãos quando todas as informações estão validadas (seja em uma TED, operação via cartão de crédito ou débito, ou Pix).

Portanto, ela protege tanto o consumidor quanto o lojista, evitando riscos de fraude e erros de processamento.

Outro ponto importante a entender sobre a atuação da CIP, é que ela utiliza algumas ferramentas. A principal delas é o SITRAF, ou Sistema de Transferência de Fundos, responsável pelo processamento das TEDs (Transferências Eletrônicas Disponíveis).

Bancos participantes da CIP e suas responsabilidades

Existem mais de 1000 bancos participantes da CIP, o que mostra a amplitude e robustez do sistema. Alguns deles são:

  • Banco do Brasil
  • Caixa econômica Federal
  • Banco Inter S.A.
  • Nu Pagamentos
  • Banco Santander
  • Deutsche Bank S.A. (Banco Alemão)
  • Itaú Unibanco
  • Banco PAN
  • Banco Sofisa
  • Banco Votorantim
  • Banco J. P. Morgan
  • Banco C6 Bank
  • Banco Daycoval

Os bancos participantes da CIP têm responsabilidades como:

  1. Participar dos registros e processamentos transacionais
  2. Garantir segurança e rastreabilidade
  3. Prover interoperabilidade e adesão tecnológica
  4. Aderir a normas e padrões internacionais

Principais serviços e soluções oferecidos pela CIP

Sempre que você pensar em movimentações financeiras entre bancos/fintechs/instituições financeiras e negócios virtuais, saiba que a CIP tem envolvimento direto.

Para entender, além do SITRAF – explicado mais acima – existem outros serviços que integram a CIP. São eles:

  • SILOC (Sistema de Liquidação das Transferências de Ordens de Crédito): faz a compensação e liquidação de boletos de pagamento;
  • SERAP (Serviço de Recebíveis de Arranjos de Pagamentos): centraliza e controla os recebíveis de cartões, permitindo maior transparência e segurança para lojistas e instituições financeiras.
  • C3 Registradora: atua como registradora de recebíveis de cartões, dando mais controle e visibilidade sobre esses valores para os comerciantes.
  • PCPO (Plataforma do Cadastro Positivo): reúne informações sobre o histórico de crédito dos consumidores, ajudando na análise de risco e na concessão de crédito.
  • Soluções antifraude e compliance: a CIP também desenvolve mecanismos de autenticação e monitoramento que reduzem riscos de golpes no ambiente digital.

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Como a CIP garante segurança e eficiência nos pagamentos

Um dos maiores desafios do sistema financeiro é garantir eficiência e segurança nas transações. A CIP atua nessas duas frentes.

No quesito segurança, a Câmara Interbancária de Pagamentos segue as normas do Banco Central e adota as recomendações do BIS. Além disso, possui as seguintes certificações:

  • ISO 27001: referência global em gestão, armazenamento e segurança de dados.
  • ISO 22301: valida a gestão de continuidade de negócios. Isso significa que a CIP adota processos para reduzir impactos de falhas, desastres ou imprevistos, garantindo a operação ininterrupta dos sistemas.

Vale reforçar que nenhuma operação financeira é liquidada sem que os dados sejam checados e confirmados. A CIP também acompanha cada movimentação em segundos, rastreando informações para impedir inconsistências ou fraudes.

Em suma, com regras rígidas, integração de dados e tecnologias antifraude, a CIP ajuda a proteger consumidores e lojistas contra golpes virtuais.

Impacto da CIP para fintechs e instituições financeiras

A centralização das liquidações de transações com cartões de crédito e débito na CIP, em vigor desde setembro de 2017, trouxe uma mudança estrutural para o mercado de pagamentos no Brasil.

Antes da centralização

  • Existiam até três prestadores de serviços de compensação e liquidação (PSCL) para os arranjos de pagamento.
  • Instituições financeiras e credenciadoras precisavam manter múltiplos sistemas de mensageria, o que aumentava a complexidade e os custos operacionais.
  • Algumas empresas atuavam ao mesmo tempo como PSCL e credenciadoras, o que dava a elas vantagens competitivas (como menor custo para antecipar recebíveis).
  • O processo de liquidação era mais lento e fragmentado, com diferentes etapas até o dinheiro chegar ao estabelecimento.

Depois da centralização na CIP

  • Liquidação única e padronizada: todas as transações de cartões passaram a ser liquidadas diretamente pela CIP, simplificando o processo.
  • Condições mais simétricas de concorrência: fintechs, bancos e credenciadoras agora operam em um ambiente nivelado, sem privilégios para quem acumulava funções.
  • Redução de custos operacionais: menos sistemas paralelos, menos burocracia e maior eficiência.
  • Mais segurança e transparência: a CIP garante a integridade das informações e a liquidação correta de todas as partes envolvidas.
  • Benefício indireto para o consumidor: graças à melhora das condições concorrenciais e à redução de custos, consumidores podem ter acesso a produtos e serviços com preços mais baixos e com burocracia reduzida.

Exemplos práticos de uso da CIP no dia a dia bancário

A CIP está presente em praticamente todas as movimentações financeiras que fazemos. Quer um exemplo?

Se o Pix hoje é um sucesso, chegando a crescer 54% em um ano, saiba que ele é possível graças à CIP, pois toda transferência instantânea é processada pela infraestrutura da Câmara Interbancária de Pagamentos.

Outra situação é quando um cliente compra em um marketplace ou e-commerce via cartão ou boleto. A liquidação somente acontece após a CIP validar as informações. Isso garante que o valor chegue corretamente até o destino.

A CIP também atua na antecipação de recebíveis no cartão de crédito. Quando uma empresa antecipa seus recebíveis, essas informações são registradas na C3 Registradora, solução da CIP que organiza e dá transparência às operações.

Relação entre CIP, PIX e outros meios de pagamento

Como você acompanhou até aqui, a CIP está presente quando o assunto é liquidação e compensação de pagamentos.

No Pix, a liquidação instantânea de valores de forma segura e rápida depende da infraestrutura da CIP. Para cartões de crédito e débito, a Câmara Interbancária de Pagamentos valida e processa as informações, garantindo que todas as partes recebam corretamente os valores.

As TEDs também são processadas via sistema da CIP, permitindo que bancos e fintechs liquidem transações de forma confiável. São também os sistemas da CIP que possibilitam pagamentos por boleto de forma mais segura, organizando os fluxos entre bancos, credenciadoras e empresas emissoras.

Desafios e inovações na atuação da CIP

Em um contexto em que tentativas de fraude no setor de Bancos e Cartões subiram 21,5% no primeiro trimestre de 2025, e que os golpes do Pix fizeram mais de 24 milhões de vítimas em um ano, um dos maiores desafios da CIP é garantir a segurança das transações.

Para isso, a Câmara Interbancária de Pagamentos investe continuamente em tecnologias de proteção contra fraudes, ataques e falhas operacionais, atuando de forma preventiva e ágil.

Outro ponto central é a eficiência operacional: diante do aumento expressivo do volume de pagamentos, a CIP inova em soluções que permitem liquidação e compensação

Transfeera e a conexão com a CIP para otimizar transações e integrações financeiras

No dia a dia de um marketplace, o dinheiro de uma venda não vai diretamente para o seller. Primeiro, ele é enviado para o marketplace, que realiza o repasse ao vendedor após reter taxas e comissionamento.

Por fazer parte desse fluxo de pagamentos, os marketplaces precisam se integrar à CIP, garantindo que o Banco Central acompanhe e assegure a transparência das transações. Sem esse controle, seria difícil processar pagamentos eletrônicos de forma segura e regulamentada.

Split de pagamento

Uma das soluções mais eficientes para fazer o repasse aos sellers é o split de pagamentos, que automatiza a divisão do pagamento entre marketplace e lojistas.

Entenda como funciona na prática:

  1. O cliente faz um único pagamento no marketplace, que pode incluir produtos de diversos sellers.
  2. O split de pagamentos divide automaticamente o valor entre os vendedores, seguindo regras definidas pelo marketplace.
  3. O repasse é feito diretamente na conta de cada seller, eliminando a necessidade de intervenção manual do marketplace.

Além de agilizar o processo, o split reduz erros, aumenta a eficiência e mantém o negócio em conformidade com a regulamentação do Banco Central.

Se você procura por uma plataforma de pagamentos completa, saiba que a Transfeera oferece a solução Split de Pagamentos Pix, que vai além da divisão automática de valores. Confira algumas das vantagens da solução:

Para marketplaces, tudo isso significa menos erros, mais velocidade e total conformidade regulatória, com a confiança de que cada transação é processada dentro de um sistema centralizado e seguro.

Quer entender melhor como o split de pagamentos com Pix da Transfeera funciona? Acesse o nosso site e fale com um de nossos vendedores.

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