Quase 280 milhões de transações Pix em um dia. O número impressiona, mas também confirma o que já sabemos: o Pix se consolidou como parte essencial da vida financeira dos brasileiros. Seja pela praticidade, pela segurança ou pelas constantes inovações – como o Pix Automático -, o sistema criado pelo Banco Central já ultrapassou a fase de novidade e se tornou infraestrutura crítica para a economia.

Diante do sucesso, é normal nos perguntarmos: e o Pix Internacional, quando será disponibilizado? A pergunta é extremamente válida, afinal, a expectativa que fica no ar é que as transferências e os pagamentos globais sejam tão rápidos e acessíveis quanto as transações domésticas.

Por isso, neste artigo vamos explorar o que já existe hoje em termos de Pix Internacional, como ele deve funcionar, quais são as diferenças em relação ao Pix nacional e o que empresas e consumidores podem esperar.

Existe Pix Internacional? Entenda o cenário atual

O Pix internacional é uma modalidade de pagamentos e transferências instantâneos realizada para o envio e o recebimento de dinheiro do exterior. Assim como no Pix conforme o conhecemos, nessa versão internacionalizada todo o processo também ocorre no ambiente digital.

Apesar de aqui no Brasil o apelidamos carinhosamente de Pix Internacional, a modalidade se chamará Nexus. Ela integrará sistemas de pagamentos de 60 países que já adotam um modelo similar ao nosso Pix.

Ou seja, o projeto para viabilizar um Pix entre países já começou. Porém, até o momento não existe um Pix Internacional plenamente operacional (pelo menos não no formato oficial e padronizado que estamos acostumados no Brasil).

O que existem, por enquanto, são iniciativas isoladas em alguns países (como Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Portugal e França) que aceitam o Pix como forma de pagamento, geralmente apoiados por fintechs e soluções intermediárias que fazem a conversão entre moedas. Porém, essas experiências ainda não representam a implementação oficial, mas apontam para a direção de um futuro em que pagar e receber para/do exterior poderá ser tão simples quanto usar o Pix dentro do Brasil.

Banner Três cases de sucesso com o Pix

Como funciona o Pix Internacional e quais as diferenças para o Pix nacional

No Pix Internacional, a conexão entre remetente e destinatário acontecerá pela plataforma Nexus. Assim como no Pix em território nacional, as transações poderão ocorrer nos sete dias da semana, 24 horas por dia.

Na prática, significa dizer que quando o Pix Internacional funcionar, será possível realizar transações entre países que fazem parte da plataforma com agilidade e menos burocracia (por exemplo, fazer compras em um e-commerce ou marketplace do exterior ou enviar dinheiro para uma conta internacional).

Com relação às tarifas que serão aplicadas, ainda não há informações sobre isso. O que se sabe no momento é que a responsabilidade das taxas não cairá nas mãos do Nexus. Ou seja, caberá aos bancos definirem os valores a serem cobrados nas transações.

Pix Internacional cai na hora? O que esperar da liquidação global

O Pix Internacional ainda está em construção, mas a expectativa é que a experiência ao utilizá-lo seja a mesma que ao realizar um pagamento nacional por Pix no checkout.

No entanto, existem diferenças importantes a considerar. Uma delas é com relação à conversão cambial. Como será preciso realizar a troca entre moedas, é possível que essa etapa gere pequena variação de tempo e custo.

É preciso também lembrar que cada país possui seu sistema e banco central, com regras operacionais distintas. A liquidação dependerá da capacidade desses sistemas de “conversarem” entre si. Além disso, existem questões como compliance, combate à lavagem de dinheiro e tributação, as quais poderão exigir verificações adicionais que podem impactar a velocidade final.

Como fazer Pix Internacional de forma prática e segura

Até aqui você entendeu que ainda não é possível fazer um Pix Internacional da maneira que temos o Pix nacional em mente. No entanto, segundo o projeto, a ideia é que o usuário siga os mesmos passos que já está acostumado:

  • Acessar o aplicativo da instituição financeira, selecionar a opção de Pix Internacional e inserir os dados do destinatário (como chave Pix ou equivalente no país de destino).
  • Verificar o valor em reais e na moeda estrangeira, com a taxa de câmbio aplicada de forma transparente.
  • Autorizar a transferência ou o pagamento.

Curiosidade: em alguns estabelecimentos fora do Brasil, como em pontos comerciais de Paris, já é possível pagar via QR Code Pix. Nesses casos, o cliente brasileiro paga em reais e o valor é convertido para euros no momento da transação – mas com uma taxa que pode chegar a 3%.

Existem outras iniciativas semelhantes em diferentes países. Contudo, é importante destacar que elas não estão ligadas ao Banco Central nem representam ainda o Pix Internacional oficial. Tratam-se, portanto, de iniciativas que funcionam a partir de soluções de empresas privadas que atuam como intermediárias, fazendo a ponte entre o Pix brasileiro e o sistema de pagamentos local.

Por isso, ainda envolvem taxas adicionais e não oferecem a mesma padronização que o modelo Nexus deverá garantir quando estiver implementado.

Como receber Pix Internacional: requisitos e possibilidades

Até o momento, os caminhos alternativos para receber valores instantaneamente do exterior são:

  • Fintechs especializadas em remessas, que permitem que estrangeiros enviem dinheiro ao Brasil via Pix. Nesses casos, o destinatário recebe em reais, mas a transação passa por câmbio e por uma instituição parceira no Brasil.
  • Soluções B2B em testes, voltadas para empresas que precisam receber pagamentos de clientes estrangeiros em reais, especialmente em e-commerce e exportação de serviços.

Principais vantagens e limitações para empresas e consumidores

Algumas das vantagens do Pix Internacional são:

  • Possibilidade de empresas alcançarem outros mercados sem que para isso precisem adequar-se a meios de pagamentos diferentes;
  • Aumento da carteira de clientes;
  • Pagamentos e transferências rápidas, 24 horas por dia e de domingo a domingo (incluindo feriados);
  • Taxas informadas antes de um pagamento ser confirmado (isto é, ganho de transparência);
  • Tarifas menores do que as aplicadas em transações transfronteiriças;
  • Redução de burocracias.

Já com relação às limitações, dê uma olhada em cinco que merecem atenção:

  1. Conversão cambial: pode impactar o valor final recebido.
  2. Diferenças regulatórias: cada país tem suas próprias regras de compliance, tributação e limites de remessa.
  3. Interoperabilidade técnica: a integração entre diferentes sistemas nacionais ainda está em construção.
  4. Custos variáveis: embora menores que os atuais, as tarifas podem variar conforme país, volume e instituição participante.
  5. Dependência de acordos multilaterais: a velocidade e a simplicidade prometidas só serão possíveis com alinhamento entre bancos centrais e sistemas de pagamento locais.

Pix Internacional e o papel das fintechs no mercado de remessas

As fintechs foram – e continuam sendo – fundamentais para a popularização do Pix. Basta vermos o exemplo da própria Transfeera, que nasceu para oferecer transferências bancárias com taxas reduzidas e pagamentos/recebimentos Pix. Hoje, nosso portfólio atrelado ao Pix inclui também link de pagamentos, split de pagamentos, boleto QR code Pix, além dos próprios QR Code estático e dinâmico.

Assim como mostra o exemplo da Transfeera, o setor de fintechs é voltado para a inovação, segurança e agilidade.

Se no Brasil elas democratizaram o acesso a serviços bancários, o mesmo podemos esperar no cenário global. Isso porque as fintechs devem ser protagonistas na expansão do Pix Internacional, trazendo vantagens como:

  • Soluções que facilitam o envio e o recebimento de valores entre países;
  • Redução de custos;
  • Processo de pagamento internacional acessível para empresas de todos os portes e consumidores em geral.

Impacto do Pix Internacional na competitividade financeira do Brasil

O Pix não é apenas uma inovação nacional: já virou alvo estratégico de grandes empresas de tecnologia e pagamentos. Tanto isso é verdade que a Visa anunciou o lançamento da Visa Conecta, uma nova empresa no Brasil focada em soluções digitais de movimentação financeira, de olho na fatia que o Pix tem conquistado no mercado.

Conforme matéria no site CNN Brasil, com a Visa Conecta, a empresa pretende atuar como “iniciadora de pagamentos” (ITP), permitindo transferências via Pix com apenas um clique – sem necessidade de redirecionamento para apps bancários – após um vínculo inicial entre a conta bancária do usuário e o estabelecimento ou serviço.

Embora esteja ocorrendo dentro do Brasil, a iniciativa mostra que, se o Pix Internacional for consolidado com segurança, eficiência e adesão global, o país poderá destacar-se no cenário global como fornecedor de tecnologia de pagamentos. Além disso, as fintechs brasileiras poderão se fortalecer e ganhar espaço internacionalmente.

Boas práticas de segurança em transferências com Pix Internacional

A segurança é um dos pilares do Pix. Portanto, espera-se que a sua versão transfronteiriça seja igualmente segura. Mas, para isso, é importante que empresas que desejam pagar ou receber por Pix Internacional contem apenas com instituições financeiras e fintechs autorizadas a operar no sistema.

Outro ponto importante é sempre verificar previamente as taxas e a taxa de câmbio aplicadas, garantindo transparência sobre o valor que será creditado ao destinatário. Recursos de autenticação, como biometria, tokens e confirmação em duas ou mais etapas, devem ser priorizados para reduzir a chance de acesso indevido às contas.

Na Transfeera, por exemplo, a segurança faz parte do DNA da operação. Hoje, a fintech atua com transferências e pagamentos via Pix exclusivamente para o Brasil, mas já adota padrões internacionais de segurança da informação e privacidade de dados, como a certificação PCI DSS e as normas ISO 27001 e ISO 27701.

Além disso, a Transfeera conta com mecanismos avançados de autenticação, monitoramento contínuo e ferramentas antifraude que garantem confiabilidade em cada transação.

E caso a sua empresa tenha planos de realizar transações via Pix Internacional, tenha em mente as seguintes boas práticas:

  • Adote políticas interna de compliance,
  • Treine a equipe financeira para lidar com os novos fluxos de pagamento
  • Utilize plataformas que ofereçam monitoramento em tempo real e mecanismos de prevenção a fraudes já nativos, ou integre essas soluções à sua infraestrutura atual de pagamentos.

Leia também:

Desafios regulatórios para implementação

Os desafios para implementar o Pix Internacional são muitos. Um dos principais é que ele exige acordos bilaterais para viabilização. Nesse sentido, uma questão crítica a ser considerada é a burocracia institucional e regulatória.

Como ressaltado neste artigo da Época Negócios, embora exista o desejo de criar uma convenção global unificada para pagamentos instantâneos, a diversidade de legislações, sistemas financeiros e regimes regulatórios torna essa tarefa complexa. Conforme explicado no texto, cada país é um “Estado-nação” com normas próprias, o que demanda negociações extensas para padronização de dados, compliance e mecanismos de compensação.

Além disso, será necessário padronizar protocolos de compliance e de Know Your Customer (KYC), já que cada jurisdição adota critérios distintos para a verificação de identidade e de origem dos recursos.

Tendências e futuro do Pix Internacional no Brasil e no mundo

Similarmente ao nosso Pix, existem outros sistemas pelo mundo, como UPI (Índia), FedNow (EUA) e iDeal (Holanda). A tendência é que esses e outros sistemas “conversem” entre si, fazendo com que uma transferência cross-border ocorra como se fosse doméstica.

Entretanto, é muito difícil dizer se essa convergência será linear. Muitos mercados já desenvolvem suas próprias soluções ou estratégias de unificação regional. Como explicado aqui, na Europa, por exemplo, existe o Wero, carteira digital apoiada pela European Payments Initiative (EPI), que opera sob o esquema SEPA Instant.

O Wero já permite transações entre contas (P2P) usando apenas número de telefone, com ambição de expandir para pagamentos em e-commerce e em pontos de venda.

Voltando ao Pix, antes de chegar à escala global, é provável que a versão internacional seja adotada primeiro em países da América Latina, que têm afinidades econômicas e acordos cambiais regionais. Isso pode criar “zonas Pix” regionais, com menos barreiras regulatórias e maior volume de fluxo.

Além do mais, à medida que o Pix Internacional avança, é provável que surjam exigências regulatórias internacionais mais rígidas, principalmente para compliance, proteção ao consumidor e prevenção à lavagem de dinheiro.

A Transfeera ajuda empresas a se preparar para o futuro do Pix Internacional

Com mais de R$ 70 bilhões transacionados, 90 milhões de operações realizadas e 99,9% de disponibilidade, a Transfeera é referência em pagamentos digitais no Brasil. Toda essa infraestrutura, reconhecida pelo Banco Central como instituição de pagamento, garante que clientes e parceiros possam operar com tranquilidade e confiança em cada transação.

Embora o Pix Internacional ainda esteja em construção, sabemos que o caminho passa por empresas e fintechs preparadas para lidar com grandes volumes, múltiplos meios de pagamento e integração tecnológica em escala global. É por isso que a Transfeera investe continuamente em inovação, compliance e segurança da informação, com certificações ISO 27001 e 27701 e adesão à LGPD.

Além disso, contar com a Transfeera para pagamentos e transferências via Pix no Brasil significa ter vantagens como:

Conheça a plataforma de pagamentos da Transfeera! Clique no banner e confira todas as vantagens da nossa solução:

Produto - Pagamentos