Os bancos estão se tornando cada dia menos físicos. Ou seja, estão deixando de ser um lugar onde ir e passando a estar vinculados a soluções digitais. Abertura de conta, depósitos, empréstimos, pagamentos e transferências são funções que já podem ser feitas diretamente pelo celular.
Essas e outras mudanças fazem parte do chamado invisible bank. O conceito é hoje possível graças às tecnologias como análises de dados, inteligência artificial, dispositivos com comando de voz, APIs e computação em nuvem. Com essas facilidades, serviços bancários já podem estar disponíveis ininterruptamente: 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.
A seguir, entenda melhor o que significa invisible bank.
O que é invisible banking?
Invisible bank – ou banco invisível, em português – é um modelo bancário no qual serviços financeiros são disponibilizados na rotina das pessoas sem que isso seja percebido por elas. Além disso, trata-se de serviços 100% digitais.
A utilização do invisible banking ocorre de forma orgânica, isto é, sem que o cliente precise abrir o aplicativo do banco para realizar uma operação. Assim, os clientes de um e-commerce, fintech ou marketplace acabam esquecendo-se de que existe uma instituição bancária por trás das transações.
O funcionamento dos bancos invisíveis é totalmente regulado. Para compreender como ocorre o processo de transação financeira, aperte o play e escute o podcast da Transfeera em parceria com a Finsiders, que entrevistou o Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), sobre invisible banking.
Como a evolução da tecnologia influencia o invisible bank?
De acordo com estudo da KPMG, tecnologias como Siri (da Apple), Alexa (da Amazon) ou Viv (da Samsung) vão permitir uma mudança ainda maior nos bancos até 2030. Em vez de ficarem ocultos em aplicativos, os serviços bancários devem se tornar completamente invisíveis para os usuários.
Adicionalmente, a popularização da internet e dos smartphones ao longo das últimas décadas, somada ainda à pandemia, que obrigou as pessoas a manterem o isolamento social, vêm contribuindo para o aumento do consumo de serviços digitais.
Mas a grande abertura dos serviços bancários e financeiros no Brasil foi proporcionada pelo open banking – já atualizado para open finance -, que impulsionou essa nova visão digital e mobile. Enquanto os demais setores da economia focaram em garantir a melhor experiência ao usuário, os bancos tradicionais ainda ficavam para trás nesse quesito.
Open banking e invisible banking
O open banking veio para mudar completamente a forma como as pessoas lidavam com dinheiro, permitindo compartilhar seus dados com diversas instituições e dando ao usuário total liberdade sobre quais serviços escolher de acordo com o seu perfil.
O invisible bank também é resultado dessa transformação, uma vez que os consumidores não aceitam mais uma relação com empresas burocráticas e que não pensam em oferecer uma melhor experiência.
Os bancos estão correndo atrás para finalmente melhorarem o atendimento ao cliente, que, por anos, foi visto como um dos setores que menos pensou no consumidor. Aos poucos, novas tecnologias vêm sendo aplicadas aos serviços financeiros, ao ponto de o banco apenas oferecer o benefício sem sequer precisar se mostrar presente.
Por exemplo, com pagamentos sendo possíveis por meio do WhatsApp, o banco por trás acaba se tornando invisível, uma vez que a transação é realizada diretamente pelo aplicativo, de forma rápida, sem a necessidade de entrar no app do banco. Além disso, o Pix também veio para tornar ainda mais ágil e econômicas as transferências entre pessoas e empresas.
O conceito de banco invisível considera que os processos bancários feitos pelos clientes devem ser fluidos, amigáveis, naturais e sem ruídos, além de totalmente integrados à rotina dos usuários.
De acordo com a visão apresentada pela KPMG, com essa evolução, grande parte das instituições bancárias tradicionais podem desaparecer. Funções e operações como centros de atendimento ao cliente, filiais e equipes de vendas podem ficar no passado.
Segundo o estudo, os bancos que sobreviverão serão aqueles que estiverem melhor preparados para utilizar dados, reduzir custos, construir parcerias eficazes com uma ampla gama de terceiros e conduzir esse novo modelo com uma infraestrutura robusta de cyber security.
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Quais as vantagens e desvantagens do invisible banking?
O modelo de invisible banking está conectado ao conceito de embedded finance, ou finanças embutidas. Como explicamos aqui, embedded finance é quando organizações não financeiras adotam e integram serviços financeiros – como pagamento via Pix – em seu portfólio.
Essa relação entre invisible banking e embedded finance significa que qualquer player pode atuar como provedor de serviços financeiros. Desse modo, podemos ter cada vez mais negócios virtuais ajustados na jornada do cliente.
Isso torna possível para as empresas conhecerem melhor o perfil de seu público, o que a ajuda a oferecer serviços melhores e personalizados que atendem às diferentes necessidades. Além disso, o invisible banking possibilita fintechs, marketplaces e e-commerces a:
- Reduzir os atritos nos processos de pagamentos;
- Facilitar a contratação de serviços financeiros;
- Ter um checkout transparente;
- Otimizar a experiência de pagamentos.
Como desvantagem está o desafio do conceito, pois dependendo do caso a implementação do invisible bank pode ser mais trabalhosa, mas as Fintechs as a Service surgem para reverter o cenário, como explicamos a seguir.
Qual é o papel das fintechs no conceito de banco invisível?
As fintechs têm desempenhado um papel importante nessa transformação digital dos bancos. Essas empresas trouxeram uma nova atmosfera em relação à forma tradicional com que as instituições vinham funcionando até então.
Atualmente, as empresas de tecnologia investem de 10 a 20% da receita em pesquisa e desenvolvimento, enquanto que os bancos investem apenas de 1 a 2%. Portanto, as instituições que quiserem permanecer relevantes, precisam continuar investindo.
Hoje é possível integrar uma plataforma financeira ao sistema da empresa por meio de API, permitindo que praticamente todas as operações bancárias sejam realizadas em uma mesma interface, mesmo que essas transações precisem envolver diferentes bancos.
Novos recursos estão sendo desenvolvidos por fintechs para tornar as rotinas financeiras algo realmente mais simples e prático. A Transfeera, por exemplo, oferece o validador de contas bancárias, que reduz significativamente as falhas nas transferências bancárias.
Antes de elas serem efetuadas, o sistema confere se os dados estão corretos e, caso identifique alguma inconsistência, emite um alerta para que os dados sejam corrigidos e, assim, as transações sejam feitas de maneira correta, evitando estornos de pagamentos.
Usando essa solução, o Vakinha, maior site de financiamento coletivo do Brasil, conseguiu reduzir em 50% as falhas nas transferências realizadas para pagamentos dos usuários.
Outra inovação é a solução de pagamentos da Transfeera, que integra o conceito de conta transparente, e permite realizar pagamentos e recebimentos em um só lugar, sem o Internet Banking. Com ela, não é mais preciso ter uma conta em banco para realizar essas operações na sua empresa.
Quero conhecer a solução de pagamentos da Transfeera
Assim como essa solução, muitas outras estão sendo desenvolvidas considerando o conceito de invisible bank para facilitar o dia a dia dos usuários, especialmente empresas, cujas rotinas de pagamentos e recebimentos acabam sendo bastante complexas.
Saiba mais sobre como as fintechs contribuem para esse novo momento no setor bancário. Confira este conteúdo:
Meios de pagamento: o papel das fintechs na ampliação de serviços para empresas