A maneira como interagimos com bancos e instituições financeiras mudou muito. Se há uns anos era preciso dirigir-se fisicamente ao local para solicitar um empréstimo ou até mesmo abrir uma conta, hoje em dia os serviços financeiros estão vinculados a soluções digitais.

Além dessa mudança, os bancos estão se tornando invisíveis, mudando completamente a maneira como os consumidores interagem com eles. Mais precisamente, bancos, fintechs e instituições financeiras se integram “silenciosamente” à rotina de todos nós. Isso tem um nome: invisible bank.

E é justamente nesse cenário que surge a necessidade de repensar os pagamentos. Ao longo deste guia, você vai entender o que é o conceito de invisible bank e como aplicá-lo na prática para criar produtos mais ágeis, seguros e centrados no usuário.

O que é Invisible Banking e como funciona o banco invisível

Invisible bank – ou banco invisível, em português – é um modelo bancário no qual serviços financeiros 100% digitais são disponibilizados na rotina das pessoas sem que isso seja percebido por elas.

A utilização do invisible banking ocorre de forma orgânica, isto é, sem que a pessoa precise abrir o aplicativo do banco para realizar uma operação. Assim, os clientes de um e-commerce, fintech ou marketplace acabam esquecendo-se de que existe uma instituição bancária por trás das transações.

O funcionamento dos bancos invisíveis é totalmente regulado. Para que essa tecnologia funcione, é necessário um ecossistema robusto de integrações entre bancos, fintechs e plataformas digitais. Isso acontece por meio de APIs abertas, que permitem a comunicação entre diferentes sistemas de forma segura e padronizada.

Além disso, o modelo ganha forma graças ao conceito de embedded, que é quando os serviços financeiros são incorporados diretamente em plataformas não financeiras, como e-commerces ou aplicativos de transporte.

No Brasil, movimentos como o Open Finance aceleram essa integração, garantindo que dados financeiros possam ser compartilhados de forma segura e autorizada. Assim, operações como pagamentos, crédito ou investimentos acontecem no momento certo, sem que o cliente precise acessar diretamente o aplicativo do banco.

Para entender melhor o que é invisible bank e as oportunidades de monetização que o conceito traz para sua empresa, dê o play e assista ao bate-papo que Fernando Nunes, cofundador da Transfeera, teve com  Peterson Santos, CEO da Trio Tecnologia, e Bruna Callegari, head de marketing também da Trio:

Principais características do Invisible Bank e sua diferença para bancos tradicionais

O invisible bank torna os serviços financeiros uma parte natural da rotina, em que as experiências do dia a dia passam a ser integradas aos momentos da vida. Por exemplo, ao pedir um delivery, você não precisa abrir o aplicativo do banco para autorizar a compra: o pagamento acontece automaticamente em segundo plano, de forma rápida e segura.

Colocando em outros termos, significa finanças sem formulários, senhas ou aplicativos separados. E aí está uma das principais características do conceito: os serviços financeiros estão tão integrados e intuitivos que passam a funcionar como uma infraestrutura invisível. Ou seja, eles deixam de ser uma etapa isolada e à parte para estarem embutidos na jornada do cliente.

Além disso, o modelo é 100% digital, sem necessidade de agências físicas, e se apoia em integrações que colocam a experiência do usuário em primeiro plano. Assim, o banco deixa de ser o destino e passa a operar nos bastidores.

Invisible Bank x bancos tradicionais

Como cita o relatório da Capgemini, intitulado Next-generation Banking: From Traditional Banking to Invisible Finance:

“Invisible banking não significa ausência de bancos, mas sim a evolução para uma infraestrutura que opera em segundo plano, tão fluida que o cliente nem percebe que está utilizando um serviço financeiro.”

Por isso, é importante entender que o conceito de banco invisível não é sinônimo de banco digital. No modelo tradicional, o usuário precisa entrar no site ou aplicativo da instituição financeira para realizar suas operações, ainda que isso aconteça de forma rápida e no ambiente online.

Já no invisible banking, os serviços estão no “plano de fundo”, entregando exatamente o que o cliente precisa no momento certo, e sem que haja interação direta com um aplicativo ou produto bancário.

Para entender melhor, veja na tabela abaixo as principais diferenças entre o conceito de banco invisível e bancos tradicionais:

Como os serviços financeiros se tornam invisíveis no dia a dia

Como comentado, o modelo de invisible banking está conectado ao conceito de embedded finance, ou finanças embutidas. De acordo com o que explicamos aqui, embedded finance é quando organizações não financeiras adotam e integram serviços financeiros – como pagamento via Pix – em seu portfólio.

Webinar Embedded Finance

Na prática, isso significa que os serviços financeiros aparecem dentro de contextos em que o cliente já está engajado. Alguns exemplos:

  • Marketplace: oferecer parcelamento ou crédito diretamente no checkout.
  • Aplicativo de delivery: o pagamento acontece em segundo plano, sem precisar abrir o app do banco.
  • Assinaturas digitais: cobranças recorrentes automatizadas e invisíveis.
  • Aplicativos de transporte: corrida finalizada, pagamento processado automaticamente.
  • Dispositivos IoT: um carro que paga combustível ou pedágio de forma autônoma.

Um outro exemplo são os pagamentos via WhatsApp, nos quais o banco por trás acaba se tornando invisível, uma vez que a transação é realizada diretamente pelo aplicativo, de forma rápida, sem a necessidade de entrar no app da instituição financeira.

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Vantagens e desvantagens do Invisible Banking para empresas e consumidores

No campo das vantagens, os consumidores encontram serviços financeiros inseridos na própria jornada de compra, sem precisar mudar de aplicativo ou preencher formulários extras. Por exemplo, a opção de contratar um seguro-viagem aparece durante a reserva de voos, ou o parcelamento de uma compra é oferecido direto no checkout do e-commerce.

Essa conveniência aumenta a sensação de fluidez, reduz o atrito na experiência e cria experiências coesas para o usuário. Colocando de outra maneira, em vez de interromper um fluxo, os serviços financeiros o aprimoram.

Essa integração perfeita, somada à comodidade, tem algumas vantagens para as empresas: ampliar o leque de produtos e serviços que oferecem, melhorar a jornada do cliente e aumentar a fidelização.

Um exemplo brasileiro é a Magazine Luiza, que expandiu do varejo para os serviços financeiros com soluções como MagaluPay, cartão digital e crédito embutido diretamente no app.

O cliente não precisa sair da plataforma para finalizar a compra ou contratar um serviço adicional, o que cria uma experiência invisível e integrada. Para a empresa, o ganho está tanto na fidelização quanto na geração de novas fontes de receita.

Com relação às desvantagens, para os consumidores é a alta dependência tecnológica. Caso haja uma instabilidade no sistema, o serviço pode deixar de estar disponível. Há ainda a preocupação com a segurança dos dados e com a privacidade, pois há compartilhamento de dados entre plataformas.

Do lado das empresas, como ponto negativo está o desafio do conceito. Dependendo do caso, a implementação do invisible bank pode ser mais trabalhosa – mas as Fintechs as a Service surgem para reverter o cenário.

Invisible Bank e a integração com APIs financeiras

As fintechs têm desempenhado um papel importante na transformação digital dos bancos. Essas empresas trouxeram uma nova atmosfera em relação à forma tradicional com que as instituições vinham funcionando até então.

Hoje é possível integrar uma plataforma financeira ao sistema da empresa por meio de API, permitindo que praticamente todas as operações bancárias sejam realizadas em uma mesma interface, mesmo que essas transações precisem envolver diferentes bancos.

Essa integração via API é o que sustenta o modelo de invisible banking. Em vez de o usuário precisar acessar cada instituição separadamente, as APIs permitem que serviços como pagamentos com cartão de crédito e emissão de boletos ocorram de forma automática dentro da própria jornada digital.

A Transfeera, por exemplo, oferece o validador de contas bancárias, que reduz significativamente as falhas nas transferências bancárias e via Pix. Antes de elas serem efetuadas, o sistema confere se os dados estão corretos. Caso identifique alguma inconsistência, a solução emite um alerta para que os dados sejam corrigidos e, assim, as operações sejam feitas de maneira correta, evitando estornos de pagamentos.

Para você ter uma ideia, usando o validador de dados bancários e chave Pix, o Vakinha, maior site de financiamento coletivo do Brasil, conseguiu reduzir em 50% as falhas nas transferências realizadas para pagamentos dos usuários. Clique no banner e conheça a história completa:

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Como o banco invisível aumenta a conveniência e competitividade no mercado

Embora seja chamado de “invisível”, como cita o artigo Invisible’ banking and AI make customers feel seen, o invisible banking tem justamente o efeito contrário: faz com que os consumidores se sintam mais vistos. Isso acontece porque, ao se integrar de forma fluida na jornada do usuário, os serviços financeiros conseguem ser oferecidos no momento exato da necessidade, de forma personalizada e sem fricção.

Essa invisibilidade agrega valor porque:

  • Elimina barreiras no processo de compra, aumentando a conversão;
  • Amplia a fidelização, já que o cliente associa a experiência positiva à marca principal (e-commerce, fintech, marketplace);
  • Permite novas fontes de receita, com serviços como crédito contextual, seguros embutidos e parcelamentos instantâneos;
  • Reforça a diferenciação: empresas que oferecem jornadas mais fluidas ganham vantagem em mercados cada vez mais competitivos;
  • Melhora a experiência de pagamento.

Invisible Banking vale a pena? Pontos que um Product Manager deve considerar antes de adotar

Um Product Manager não pode se apegar apenas à atratividade da tendência. Ele precisa avaliar também os impactos técnicos, regulatórios e estratégicos da adoção. Alguns pontos essenciais:

  • Mapeamento da jornada do cliente: identificar em quais momentos os serviços financeiros podem ser incorporados sem criar fricção e agregando valor.
  • Relevância do serviço: avaliar se a integração faz sentido para o contexto do produto. Nem toda jornada precisa de parcelamento ou seguro embutido, por exemplo.
  • Complexidade de integração: entender os custos, o tempo e as dependências tecnológicas para integrar APIs financeiras de forma segura e escalável.
  • Compliance e regulação: verificar se a solução está alinhada às exigências do Banco Central do Brasil.
  • Segurança e privacidade de dados: garantir que o compartilhamento de informações ocorra com consentimento do usuário e em conformidade com a LGPD.
  • Impacto na experiência do usuário: analisar se o modelo realmente melhora a jornada ou se adiciona complexidade desnecessária.
  • Modelo de parceria: escolher bem os provedores financeiros e avaliar os riscos de dependência.
  • Escalabilidade e ROI: projetar se os ganhos em conversão, fidelização ou novas receitas compensam o investimento inicial em tecnologia e parcerias.

Via de regra, adotar o invisible banking só faz sentido quando a invisibilidade financeira se traduz em valor perceptível para o cliente e vantagem competitiva para o produto.

Dica: as soluções da Transfeera podem fazer a diferença para sua empresa. Além de a Transfeera ser uma instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central, a Transfeera oferece APIs robustas para automação, recursos como split de pagamentos, multicontas e subcontas, além de monitoramento antifraude. Ou seja, ela já entrega a infraestrutura necessária para que o invisible banking se torne realidade com segurança e escalabilidade.

Boas práticas de segurança no uso de serviços financeiros invisíveis

Quando os serviços acontecem nos bastidores, o cliente precisa confiar que seus dados e transações estão protegidos. Por isso, o maior desafio do invisible bank é a segurança. Algumas boas práticas já vêm sendo adotadas pelo mercado nesse sentido são:

  • Autenticação forte: ainda que a jornada seja invisível, etapas de segurança como autenticação multifator (MFA) garantem que somente o usuário autorizado execute a operação.
  • Criptografia ponta a ponta: toda a troca de dados entre banco, fintech e plataforma deve estar protegida para evitar interceptações.
  • Consentimento claro: segundo a LGPD, o cliente deve autorizar de forma transparente o compartilhamento de dados.
  • Monitoramento em tempo real: uso de inteligência artificial para identificar comportamentos suspeitos e prevenir fraudes antes que elas aconteçam.
  • Transparência mínima: mesmo que a experiência seja invisível, notificações de transações e histórico acessível ajudam o usuário a sentir controle.
  • Escolha de parceiros confiáveis: empresas precisam avaliar com cuidado os provedores financeiros, já que qualquer falha na infraestrutura impacta diretamente a experiência do cliente.

Desafios e barreiras para a implementação do Invisible Banking

Por um lado, o banco invisível promete conveniência e novas oportunidades de negócio. Por outro, traz consigo barreiras que não podem ser ignoradas. Como destacou a Finshape em The Invisible Bank: dream come true or absolute nightmare?, a invisibilidade pode ser um diferencial competitivo. Sem a infraestrutura e a confiança adequadas, porém, pode facilmente se transformar em um risco.

Um dos pontos mais sensíveis é a confiança do consumidor. No mesmo texto, o Product Manager Christian Dahlgren, da Tink, compara essa sensação a andar em um carro autônomo: “eu adoraria pegar uma carona em um carro sem motorista — mas não dormiria durante o trajeto.” Ou seja, mesmo quando os serviços são automatizados, os clientes ainda querem sentir que têm algum nível de visibilidade e controle sobre o que está acontecendo.

Outro desafio é a proteção de dados, pois a integração exige compartilhamento de informações entre diferentes players, o que aumenta a responsabilidade sobre privacidade e compliance.

Somado a isso, para que a experiência seja realmente fluida, as APIs precisam ser estáveis, seguras e escaláveis. Afinal, qualquer falha impacta diretamente a percepção do usuário.

Tendências e futuro do Invisible Bank no ecossistema financeiro brasileiro

Ampla digitalização, consumidores abertos à inovação e um ambiente regulatório que favorece a integração entre diferentes instituições. Isso faz com que o Brasil seja um país ideal para que empresas adotem o invisible bank.

A expectativa é que os serviços invisíveis tendem a deixar de ser um diferencial competitivo e passar a ser pré-requisito de mercado. Empresas que conseguirem oferecer jornadas sem atrito terão mais chances de fidelizar clientes, aumentar a conversão e se diferenciar da concorrência.

Para os bancos, o grande desafio será a mudança de papel: deixar de ocupar o centro da experiência para se consolidar como infraestrutura sólida e confiável por trás de marcas de varejo, tecnologia e mobilidade.

Falando em tendências, o Pix, por exemplo, já é um caso emblemático. Criado como sistema de pagamento instantâneo, ele se consolidou em tempo recorde e, agora, começa a se tornar parte de outras experiências digitais. Com a evolução para o Pix Automático e o Pix Internacional, o recurso deve deixar ainda mais claro o papel de “infraestrutura invisível” no dia a dia.

Outro movimento é o avanço do modelo Buy Now, Pay Later (BNPL), que traz crédito no ponto de venda. Ao ser integrado diretamente no checkout, o crédito deixa de ser um processo separado e passa a ser parte natural da jornada de consumo.

A Transfeera oferece opções para integração com Invisible Banking e mais!

Do Pix embutido em aplicativos a carteiras digitais e modelos como o BNPL, o consumidor já vivencia serviços que acontecem de forma fluida, sem precisar acessar diretamente o banco. Para as empresas, essa integração significa menos atrito, mais conversão e novas fontes de receita.

Mas para que a experiência seja realmente invisível e agregue valor, ela precisa ser segura. Para isso, é preciso contar com uma infraestrutura sólida, segura e com tecnologia de ponta. E é justamente aqui que entra a Transfeera.

A Transfeera é uma instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central que oferece tudo o que sua empresa precisa para integrar serviços financeiros invisíveis. Confira alguns destaques da nossa plataforma:

Como você viu neste conteúdo, em um mercado cada vez mais competitivo, a vantagem está em oferecer experiências que o cliente nem percebe, mas que fazem toda a diferença na jornada (e essas experiências precisam ser seguras).

Quer transformar os pagamentos da sua empresa em vantagem competitiva? Fale com a Transfeera e descubra como integrar soluções de invisible banking no seu negócio.

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