Gestão Financeira

Quais as diferenças entre regime de caixa e regime de competência?

Quais as diferenças entre regime de caixa e regime de competência?

Quando tratamos de métodos para registrar e analisar os lançamentos de entradas e saídas, existe uma confusão bastante comum: regime de caixa e regime de competência são a mesma coisa?

Já para adiantar, a resposta é não, pois cada um tem uma definição e uma aplicação. No entanto, um complementa o outro. Por essa razão, para uma boa gestão e análise de finanças, você precisa conhecer os dois.

Pensando nisso, neste artigo explicamos o que é regime de caixa e competência, a diferença entre eles e os usos de cada modelo.

O que é regime de caixa?

O regime de caixa é um método contábil que reconhece receitas e despesas somente quando elas são recebidas ou pagas. Em outras palavras, ele não considera receitas de contas de crédito.

Ainda para entender bem qual a diferença entre regime de caixa e de competência, grave que o primeiro é utilizado pelo financeiro para contabilizar custos, despesas, gastos e investimentos dentro do mês em que as movimentações ocorreram.

Por estar mais ligado ao fluxo de caixa, gestores costumam utilizar este regime para avaliar a situação das finanças e fazer a conciliação.

E o que é o regime de competência?

O regime de competência é o oposto do regime de caixa, pois reconhece as receitas e despesas quando elas ocorrem. Explicando em termos contábeis, é quando um evento é registrado na data do fato gerador.

Dito de outra maneira: assim que uma venda, investimento ou despesa ocorreu, pouco importando se houve efetivamente alguma entrada ou saída de dinheiro. Dessa maneira, com o regime de competência a contabilidade consegue verificar se a empresa teve lucro ou prejuízo durante um período.

Como funcionam na prática os diferentes tipos de regimes?

Para entender como o regime de competência e regime de caixa funcionam, vamos supor que um cliente deveria pagar R$ 15.000,00 durante 5 meses. Todavia, ele acabou pagando a quantia total apenas no último mês.

No regime de caixa o registro ocorre, como vimos, somente quando o dinheiro é pago ou recebido. Então, considerando o nosso exemplo, temos o seguinte:

 

Já no regime de competência o registro foi feito assim:

Principais diferenças entre regime de caixa e competência

Entender como calcular regime de caixa e competência já explica qual a diferença entre eles. A principal diz respeito ao tratamento que cada um dá ao evento contábil. Observe que:

  • No regime de caixa o lançamento contábil é feito no momento em que ocorreu a entrada ou a saída de dinheiro;
  • No regime de competência considera-se a data em que a venda, pagamento, investimento ou a compra ocorreu.

Quando usar o regime de caixa ou de competência?

Antes de mais nada, entre regime de caixa e competência, mais uma vez ressaltamos que ambos são complementares.

Mas para dar uma visão melhor a você, note que, no geral, utiliza-se o regime de competência para medir os resultados de uma empresa. Isso ocorre, pois, além de levar em consideração vendas e despesas, ele considera também a depreciação.

Importante mencionar que o DRE (Demonstrativo de Resultados de Exercício) é criado com as informações do regime de competência. Trata-se de um relatório essencial para saber se a empresa teve lucro ou prejuízo.

Por outro lado, é importante observar que esse regime pode acabar ocultando informações importantes sobre a saúde financeira da empresa. Isso porque ele não mostra o que está acontecendo no dia a dia dela, o que é um papel do regime de caixa.

Aliás, é por meio do regime de caixa que é elaborado o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), um relatório que apresenta as entradas e saídas de dinheiro da empresa e que mostra como está a sua saúde financeira.

Sendo assim, com o regime de caixa é possível acompanhar o nível de inadimplência da empresa, quais clientes pagaram em dia, se a empresa é uma boa pagadora, o motivo para os atrasos e assim por diante.

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Vantagens e desvantagens do regime de caixa

O regime de caixa conta com vantagens como:

  • Demonstra a situação real do caixa da empresa, já que considera os pagamentos e recebimentos que efetivamente ocorreram;
  • Serve para analisar o capital de giro de um negócio e gerenciar a liquidez;
  • Torna mais fácil o controle de receitas e despesas.

Já com relação às desvantagens, citamos:

  • Entrega uma visão de curto prazo, isto é, do que ocorreu em um determinado momento. Isso torna difícil mensurar o resultado operacional da empresa e também prejudica as decisões de médio e longo prazo.
  • Não reflete as contas a pagar futuras, dificultando, assim, a visualização dos passivos da organização.

Leia também:

Vantagens e desvantagens do regime de competência

Para o regime de competência, as vantagens são:

  • Fornece uma imagem mais precisa da saúde financeira;
  • Dá informações mais detalhadas sobre o desempenho financeiro;
  • Auxilia na análise do modelo de negócio;

Quanto às desvantagens, elencamos duas:

  • Ignora a situação real do caixa da organização;
  • Pode gerar falsas expectativas de receita, já que entre o evento contábil e o pagamento de uma obrigação muito pode ocorrer.

Conclusão

O regime de caixa e regime de competência abordam as entradas e saídas de maneira diferente, mas que, como você viu, se complementam. Por essa razão, não se trata de escolher entre um e outro, e sim de adotar os dois para ter uma visão completa da saúde financeira da sua empresa.

Também como mostramos, utilizar ambos dá ao seu negócio um melhor controle sobre pagamentos e recebimentos, bem como da inadimplência. Esse mesmo controle pode ser ainda melhor se sua empresa possui um bom fluxo de pagamentos.

Para saber com mais detalhes sobre o que estamos falando, aproveite que está aqui e leia este artigo sobre como ter um fluxo de pagamentos otimizado.

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