Imagine descobrir que parte do lucro da sua empresa, fruto de meses de trabalho, planejamento e investimento, foi perdido em transações fraudulentas. Pior: que isso aconteceu de forma silenciosa, entre processos internos e aprovações. Infelizmente, a fraude corporativa é a realidade de muitas empresas.

Segundo o Relatório Report to the Nations 2024, publicado pela Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), as organizações perdem, em média, 5% de sua receita anual devido a fraudes. Em escala global, esse impacto representa cerca de US$ 5 trilhões por ano.

Mais do que um prejuízo financeiro, as fraudes corporativas comprometem a imagem da empresa, sua reputação, a confiança do mercado e a integridade dos processos internos (em especial, dos processos financeiros).A boa notícia é que a tecnologia e a automação estão transformando a forma como empresas identificam e previnem fraudes.

Entenda a seguir!

O que é fraude corporativa e por que ela impacta empresas de grande porte

Fraude corporativa, conhecida também por fraude empresarial, refere-se a atos ilícitos voltados a manipular ou desviar recursos da empresa para ganho pessoal. Inclui, por exemplo, práticas contábeis irregulares, desvio de recursos, falsificação de documentos, pagamentos não autorizados, roubo de ativos e abuso de poder.

Ela impacta empresas de todos os tamanhos, porém, as de grande porte tendem a ser mais vulneráveis devido à complexidade dos processos financeiros, à alta rotatividade de transações e à multiplicidade de sistemas e departamentos. Tudo isso, aliado à falta de rastreabilidade, aumenta o número de brechas exploradas por fraudadores.

Tipos de fraudes corporativas: internas, externas e híbridas

Para a classificação de fraudes corporativas, existem três tipos: internas, externas e híbridas.

As internas são cometidas pelos colaboradores que possuem acesso aos processos e sistemas da empresa (e nesse grupo entram funcionários de todos os níveis hierárquicos). Como exemplos, temos: pagamentos não autorizados, desvio de verbas e manipulação de relatórios.

Um exemplo que ficou bem conhecido no Brasil aconteceu em 2023 e envolveu a Lojas Americanas S.A. Na época, foi anunciada uma inconsistência contábil de mais de R$ 20 bilhões. Investigações apontaram indícios de manipulação de dados financeiros e ocultação de passivos, práticas que caracterizam fraude contábil interna e revelam como falhas de controle podem permitir irregularidades de grande escala.

Já a fraude externa, como o nome sugere, envolve pessoas fora da empresa – como é o caso de fornecedores, parceiros ou cibercriminosos. Entre as práticas mais frequentes estão phishing, roubo de dados bancários e ataques a sistemas de pagamento.

Por sua vez, as fraudes híbridas, que misturam agentes internos e externos, costumam ser mais complexas, mas também as mais destrutivas. O motivo é que elas combinam pessoas que têm acesso a dados, sistemas ou informações privilegiadas, com a sofisticação de ataques externos.

Segundo o relatório Report to the Nations 2024, da ACFE, 48% dos casos de fraude corporativa no mundo envolvem corrupção, uma categoria que frequentemente combina interações indevidas entre agentes internos e externos.

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Fraudes corporativas no Brasil: panorama e estatísticas recentes

No Brasil, estudos recentes revelam que nossas empresas não estão imunes aos riscos das fraudes corporativas. Para dar um panorama, segundo pesquisa conduzida pela Grant Thornton Brasil, 63% das empresas brasileiras afirmaram ter sofrido uma ou mais fraudes nos últimos 12 meses. Dos respondentes, 90% apontaram que a deficiência ou ausência de controles foi o principal fator que permitiu a fraude.

Com relação às perdas financeiras, de acordo com esta matéria, em um ano as fraudes corporativas geraram um prejuízo de R$ 11,2 milhões a empresas. E a Central do Varejo traz um outro dado alarmante:

Para cada R$ 1 perdido com fraude, as empresas gastam R$ 3,59 em custos indiretos, como investigações internas, perdas de produtividade e danos à reputação.

Como as fraudes corporativas afetam a reputação e o caixa da empresa

As fraudes corporativas minam a credibilidade das empresas junto ao mercado. Consequentemente, fazem com que os clientes percam a confiança, o que reflete na taxa de conversão.

Só para se ter uma ideia, o relatório PwC Global Economic Crime and Fraud Survey indica que 52% das organizações com receita global acima de US$ 10 bilhões relataram ter sofrido fraude nos últimos 24 meses. Além disso, cerca de 18% dessas empresas tiveram impacto superior a US$ 50 milhões no caso mais disruptivo.

Os altos valores são justificados pelo fato de que, no caso de fraudes, o caixa é afetado tanto pelo desvio em si, quanto pelas despesas adicionais necessárias para restaurar a normalidade e a confiança do mercado.

Principais riscos e vulnerabilidades em pagamentos de alto volume

Fluxos financeiros complexos, múltiplos sistemas e altos volumes de dados. Esses são os principais problemas que enfrentam empresas com pagamentos de alto volume.

Nesse sentido, qualquer falha operacional ou ausência de controle pode abrir brechas para fraudes e perdas financeiras. Abaixo, compartilhamos os principais pontos de vulnerabilidade:

Pagamentos recorrentes, transferências e conciliações manuais

Sabe aquela conciliação que o seu time faz “na mão” toda segunda-feira? Pois é, quando os processos de pagamento vivem em planilhas descentralizadas, quando as conciliações são feitas manualmente e quando tudo é baseado apenas na confiança, os erros e fraudes encontram um caminho fácil.

Controles frágeis, funções mal definidas e a falta de rastreabilidade criam um ambiente perfeito para a fraude corporativa. E os números confirmam isso: de acordo com a Grant Thornton Brasil, a ausência de controles automatizados é apontada como a principal causa de fraudes corporativas por 90% das empresas brasileiras que já enfrentaram esse tipo de problema.

Falhas humanas e sistemas sem rastreabilidade

Conforme levantamento da KPMG, métodos de controle fracos são a principal razão por trás das fraudes. Pagamentos indevidos, duplicidades, desvios de valores e autorizações sem dupla checagem são situações que poderiam ser evitadas, mas que continuam ocorrendo porque os processos manuais seguem sendo um dos grandes vilões da segurança financeira.

Em operações financeiras de alto volume, um simples erro de digitação, aprovação indevida ou falha de conferência pode gerar perdas significativas, especialmente quando não há rastreabilidade das ações realizadas.

Normalmente, há ainda o agravante de ausência de trilhas de auditoria, logs detalhados e controle de acessos. Tudo isso deixa brechas que dificultam identificar quem executou, aprovou ou alterou determinada transação.

Complexidade do fluxo financeiro e aumento no risco de fraude

À medida que uma empresa cresce, seu fluxo financeiro se torna mais complexo, aumentando o risco de falhas de controle e de fraudes em transações de alto volume.

Quando as informações estão dispersas entre plataformas que não “conversam” entre si, a visibilidade sobre as operações diminui. Isso dificulta a conciliação de dados, a identificação de inconsistências e a validação das autorizações de pagamento.

O resultado é um ambiente vulnerável, onde transações suspeitas podem se misturar facilmente a operações legítimas.

Prevenção de fraudes corporativas: estratégias e boas práticas

A prevenção de fraudes corporativas vai muito além de reagir a incidentes: exige processos contínuos, tecnologia integrada e cultura de controle.

No quadro a seguir, confira algumas das principais estratégias e boas práticas para a prevenção das fraudes empresariais:


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Investigação de riscos e fraudes corporativas: quando e como agir

É fato que, mesmo com processos sólidos e controles bem definidos, nenhuma empresa está totalmente imune a fraudes. Por isso, é fundamental que existam procedimentos claros para identificação, investigação e tratamento de incidentes.

Uma estrutura de governança e compliance é essencial porque define papéis, responsabilidades e fluxos de resposta. Ela garante que, diante de um indício de fraude, a organização saiba quem deve agir, em qual sequência e com quais ferramentas.

Por falar nisso, a investigação de riscos deve começar assim que houver indícios de inconsistência, comportamento atípico ou denúncia formal. Segundo o relatório Vigilância contra Fraudes no Brasil, da Deloitte, 70% das empresas brasileiras afirmam possuir processos de investigação estruturados, mas muitas ainda falham na comunicação de resultados e na documentação das medidas corretivas.

O objetivo da investigação é entender a origem da fraude, avaliar os impactos e corrigir vulnerabilidades que permitiram o incidente. Isso inclui revisar processos internos, reavaliar permissões de acesso e reforçar políticas de controle.

Quando confirmada a ocorrência, a empresa deve adotar planos de ação corretiva e medidas disciplinares proporcionais à gravidade do caso, além de comunicar às partes envolvidas e aos órgãos reguladores.

Importante: a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) reforça a importância de ter canais de denúncia eficazes e mecanismos de resposta estruturados, como parte essencial de um programa de integridade.

Tecnologia e automação como aliados na prevenção

No combate às fraudes corporativas, a tecnologia deixou de ser apenas um suporte operacional para tornar-se uma aliada estratégica para antecipar riscos, garantir rastreabilidade e aumentar a eficiência das áreas financeiras. Veja como ela pode ser uma aliada:

Sistemas de pagamento com validação de contas e rastreabilidade

A validação de dados bancários ou chaves Pix é um dos passos mais importantes para reduzir o risco de fraude corporativa. Soluções automatizadas, como é o caso da plataforma de pagamentos da Transfeera, permitem confirmar a titularidade bancária e garantir a rastreabilidade completa de cada transação, do envio à liquidação.

Essa automação evita erros de digitação, pagamentos a contas incorretas ou de terceiros não autorizados.

Alertas automáticos, regras de negócio e detecção de padrões suspeitos

Sistemas com alertas automáticos de envio e recebimento de dinheiro permitem identificar transações fora do padrão, valores atípicos, horários incomuns ou repetições suspeitas de beneficiários.

Ao cruzar informações de múltiplas fontes, esses sistemas conseguem detectar desvios antes que se tornem prejuízos, dando tempo para a equipe financeira agir de forma preventiva.

Integração entre backoffice financeiro e sistemas de compliance

Quando o fluxo de pagamentos, as conciliações e as auditorias operam em sistemas que não conversam entre si, as informações se perdem no caminho.

Mas quando finanças e compliance caminham juntos, as informações relevantes passam a estar centralizadas e rastreáveis. Na prática, soluções integradas de pagamento e conformidade ajudam a reduzir falhas operacionais, garantir conformidade com normas regulatórias e simplificar o acompanhamento de incidentes.

A Transfeera, por exemplo, oferece uma plataforma que integra automação, segurança e rastreabilidade em um único ambiente (mais abaixo explicamos melhor).

Monitoramento e reação

Como comentado, nenhuma empresa é à prova de falhas. Abaixo, veja como monitorar as fraudes corporativas:

  • Fluxos de investigação e análise de transações suspeitas: quando um alerta é gerado, seja por um sistema automatizado, denúncia interna ou auditoria, é essencial que haja fluxos padronizados para identificar a origem, analisar as evidências e classificar o nível de risco da transação.
  • Estabelecimento de SLAs internos para investigação: definir SLAs (Service Level Agreements) internos é essencial para garantir que as investigações ocorram de forma ágil e consistente.

Esses acordos determinam tempos máximos de resposta, responsabilidades por etapa e padrões de qualidade das análises, além de reforçarem a transparência interna e demonstrarem comprometimento com a conformidade regulatória.

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Como treinar equipes para identificar e reportar riscos

A capacitação contínua é um dos pilares da prevenção e da reação eficaz a fraudes corporativas.

Treinamentos práticos, simulações e campanhas internas ajudam colaboradores a reconhecer comportamentos suspeitos, anomalias em pagamentos e tentativas de manipulação de processos.

Destacamos ainda que empresas que constroem uma cultura de reporte responsável, com canais de denúncia anônimos e independentes, conseguem detectar e corrigir fraudes mais rapidamente.

Indicadores de performance: KPIs para fraudes corporativas

Acompanhar indicadores de performance (KPIs) permite avaliar a efetividade das ações antifraude e ajustar estratégias em tempo real. Alguns KPIs que sua empresa precisa ficar de olho são:

  • Tempo médio de resposta a alertas e incidentes
  • Volume de transações suspeitas por período
  • Percentual de casos resolvidos dentro do SLA
  • Taxa de reincidência de fraudes ou não conformidades
  • Número de denúncias internas analisadas e validadas
  • Índice de adesão a treinamentos de compliance

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Como a Transfeera auxilia empresas a prevenir fraudes em pagamentos de alto volume

Cada pagamento representa um compromisso da sua marca e um elo de credibilidade com parceiros, clientes e fornecedores. Aqui na Transfeera entendemos muito bem disso e sabemos que prevenir fraudes é cuidar do que sustenta o seu negócio.

Por isso, desenvolvemos uma infraestrutura que une automação, rastreabilidade e aderência regulatória para que sua empresa opere com tranquilidade e com a certeza de que está protegida em todas as etapas. Veja como nossas soluções ajudam a prevenir fraudes e fortalecer a confiabilidade das suas operações financeiras.

Monitoramento e rastreabilidade de todas as transações

Na Transfeera, cada transação deixa um rastro completo, desde o momento em que é criada até a liquidação final. Isso significa que você sabe quem fez o quê, quando e por qual canal (API ou App).

Antes de seguir para o envio, todas as transações passam por uma análise antifraude automática, feita com o apoio de parceiros especializados. Essa análise cruza dados do DICT (Diretório de Contas do Banco Central), informações bancárias e padrões de comportamento para identificar qualquer sinal de risco.

O resultado é um ambiente mais confiável, em que apenas pessoas autorizadas criam e enviam pagamentos, e o dinheiro chega com segurança ao destino certo. Em suma, você dorme tranquilo sabendo que sua operação está protegida.

Automação de processos de pagamento e integração segura de APIs

Quanto maior o volume de pagamentos, maior o risco de erros manuais. É aí que a automação faz toda a diferença. Com a infraestrutura da Transfeera, sua empresa ganha agilidade, precisão e controle, integrando tudo de forma simples e segura.

Nossa API é estável, segura e rápida. Ela foi pensada para suportar grandes volumes de pagamento sem complicação e, entre os recursos que garantem isso, estão:

  • Chave de idempotência, que impede pagamentos duplicados;
  • Criptografia de ponta a ponta, para proteger os dados em todas as etapas;
  • Total conformidade com a LGPD, assegurando que o tratamento de dados seja feito com transparência e responsabilidade.

Menos tarefas manuais, menos brechas, mais tempo para o que realmente importa: fazer o financeiro funcionar com inteligência e segurança.

Aderência regulatória e certificações de segurança

A Transfeera é uma instituição de pagamento autorizada e regulada pelo Banco Central do Brasil, o que garante que todos os nossos processos sigam os padrões mais rigorosos do Sistema Financeiro Nacional.

Além disso, contamos com as certificações internacionais ISO 27001 (Segurança da Informação) e ISO 27701 (Privacidade da Informação), que reforçam nosso compromisso com as melhores práticas globais de proteção de dados.

Tudo isso se traduz em tranquilidade para o seu negócio: as informações estão protegidas, os processos são auditados e as operações, totalmente rastreáveis.

Suporte a programas de compliance, auditoria contínua e processos internos

Por trás de uma transação segura, há muito mais do que código e protocolos; há pessoas, processos e cultura. Na Transfeera, a área de Governança, Riscos e Compliance (GRC) atua de forma contínua para garantir que nossos controles internos estejam sempre atualizados, auditados e em conformidade com as normas vigentes.

Cada melhoria na nossa operação nasce do mesmo princípio que move nossos clientes: fazer melhor a cada dia. Por isso, investimos constantemente em tecnologia, automação e capacitação de times, para que cada pagamento feito por sua empresa carregue não só agilidade, mas também a segurança e a integridade que constroem confiança no longo prazo.

Para empresas que participam do ecossistema Pix, a plataforma conta com o Painel de Infrações (MED), uma solução exclusiva que permite visualizar e gerenciar infrações recebidas via o Mecanismo Especial de Devolução Pix, acompanhar prazos de contestação e analisar padrões de falhas.

Esse nível de controle apoia programas internos de compliance e auditoria, fortalecendo a governança e a credibilidade da operação.

Garanta pagamentos seguros e reduza riscos com a Transfeera

As fraudes corporativas representam um desafio crescente. Neste conteúdo, você viu as boas práticas e estratégias para agir proativamente e reduzir vulnerabilidades.

Com processos automatizados, integração entre áreas e tecnologia voltada à conformidade regulatória, é possível minimizar riscos, otimizar operações e proteger o caixa e a reputação do negócio.

A Transfeera apoia empresas nesse processo, oferecendo infraestrutura de pagamentos segura, rastreável e 100% aderente às normas do Banco Central e aos padrões internacionais de segurança da informação (PCI DSS, ISO 27001 e ISO 27701).

Entre as principais camadas de proteção, estão:

  • Monitoramento contínuo de segurança por meio de um SIEM centralizador, que identifica e responde a eventos em tempo real;
  • Testes de segurança recorrentes, como pentests e simulações de recuperação de desastre, para garantir a resiliência dos sistemas;
  • Firewall de aplicação em todos os endpoints públicos, atuando como barreira adicional contra tentativas de invasão;
  • Criptografia SSL de 256 bits, que protege o tráfego de dados e impede interceptações durante a transmissão;
  • Autenticação multifator e controle granular de acessos, garantindo que cada usuário visualize apenas as informações relevantes à sua função;
  • APIs baseadas em OAuth, com níveis de permissão específicos para administradores, operadores e analistas, assegurando integrações seguras e rastreáveis.
  • Processo de Know Your Customer (KYC), no qual a plataforma realiza verificação documental e análise de antecedentes, assegurando que cada cliente esteja em conformidade com as exigências regulatórias.
  • Painel de Infrações, que disponibiliza painéis e relatórios de infrações e MED Pix (Mecanismo Especial de Devolução), com visibilidade completa das contestações.

Aproveite que está aqui e veja como a plataforma de pagamentos da Transfeera ajuda sua empresa nas transações via Pix, cartão de crédito ou boleto QR Code ou com código de barras de forma segura, regulada e confiável. Clique no banner:

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