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Open source: como funciona o software de código aberto?

Open source: como funciona o software de código aberto?

No universo dos softwares, o conceito de open source (código aberto, em português), tem se tornado cada vez mais conhecido. Apesar disso, sua história não é tão recente. Precisamente, a ideia de tornar o código-fonte aberto começou em 1983, com Richard Stallman, um programador do MIT.

Ele é o pai por trás de um movimento que acreditava que os softwares deveriam ser acessíveis para que outros programadores pudessem modificá-lo e utilizá-lo conforme suas necessidades. Para dar o primeiro passo, Stallman liberou o código da sua licença, chamada GNU Public License.

A abordagem se consolidou e em 1988 formou-se a Open Source Initiative (OSI). Assim chegamos aos programas open source, tema deste artigo. A seguir, entenda com mais detalhes sobre o assunto.

O que é open source?

Open source, como a tradução do termo sugere, é um código aberto que torna o programa disponível para uso, modificação e distribuição com seus direitos originais. Ou seja, o código-fonte é liberado sob uma licença que permite aos usuários estudar, alterar e distribuir o produto para qualquer pessoa e por qualquer motivo.

Entre os exemplos de open source conhecidos estão o Linux Kernel, Mozilla Firefox, o sistema de gerenciamento de banco de dados relacional MySQL e os sistemas operacionais BSD, Apache HTTP Server. Existem ainda outros, como ADempiere e Apache OFBiz (ambos ERP open source).

Para entender melhor, o oposto de open source é o closed source (código fechado). Nesse caso, o código-fonte não é disponibilizado e o usuário compra a licença para usar o software de acordo com as regras estabelecidas nos termos e condições da empresa desenvolvedora.

Como funciona o open source

A OSI estabelece 10 critérios que definem um software como open source. Esses critérios também trazem uma ideia de como funciona o código aberto. São eles:

  1. Distribuição livre: a licença do programa é livre.

  2. Código-fonte: o programa deve incluir o código-fonte e permitir a distribuição na forma compilada. Caso não seja distribuído com código-fonte, o desenvolvedor deve divulgar como obter o código-fonte, de preferência baixando pela Internet gratuitamente.

  3. Trabalhos derivados: no open source, a licença deve permitir modificações e trabalhos derivados. Do mesmo modo, deve permitir que a licença do software original seja distribuída sob os mesmos termos.

  4. Integridade do código-fonte do autor: a licença deve possibilitar explicitamente a distribuição de software construído a partir do código-fonte modificado. Ela pode exigir que os trabalhos derivados tenham um nome ou número de versão diferente do software original.

  5. Nenhuma discriminação contra pessoas ou grupos: A licença deve ser disponibilizada para todas as pessoas ou grupos, sem discriminação.

  6. Nenhuma discriminação contra campos de atuação: todos devem poder fazer uso do programa em um campo de atuação específico. Por exemplo, não se pode restringir o seu uso em um tipo de negócio ou setor, ou para pesquisa genética.

  7. Distribuição da licença: os direitos inerentes ao programa devem se aplicar a todos a quem o programa é redistribuído sem a necessidade de execução de uma licença adicional por essas partes.

  8. A licença não deve ser específica para um produto: os direitos associados ao programa não devem depender de os programas fazerem parte de uma distribuição de software específica. Se o programa for extraído dessa distribuição e usado ou distribuído dentro dos termos da licença do programa, todas as partes para as quais o programa é redistribuído devem ter os mesmos direitos concedidos em conjunto com a distribuição de software original.

  9. A licença não deve restringir outros softwares: a licença não deve impor restrições a outro software distribuído junto com o software licenciado. Por exemplo, a licença não deve exigir que todos os outros programas distribuídos no mesmo meio sejam software de código aberto.

  10. A licença deve ser tecnologicamente neutra: nenhuma disposição da licença pode ser baseada em qualquer tecnologia individual ou estilo de interface.

Quais os benefícios do open source?

Agora que você entendeu o que é open source e como ele funciona, listamos os principais benefícios do código aberto. Confira:

  • O open source é livre (não necessariamente gratuito);
  • Tem a característica de ser flexível, pois os os desenvolvedores podem examinar o funcionamento do código e fazer alterações livremente para atender às suas necessidades individuais;
  • Promovem a inovação, pois os os programadores podem usar código para realizar melhorias no software e até mesmo criar suas próprias inovações;
  • Oferece oportunidades de aprendizado para novos programadores.

Quais os principais desafios na implementação do open source?

Embora tenha vantagens, a implementação do open source pode representar desafios. Talvez o mais expressivo seja a falta de suporte oficial, uma vez que os desenvolvedores contam com a ajuda da comunidade em fóruns ou em canais criados por eles, o que pode ser demorado ou resultar em uma experiência frustrante.

Outro desafio está na falta de documentação. Existem projetos de open source que possuem equipes dedicadas na documentação, mas isso não é uma regra. O problema disso está no fato que desenvolvedores podem ter dificuldade em entender como é o funcionamento do software.

A implementação do open source pode também ser dificultada por conta da propriedade intelectual e licenciamentos. Para entender, apesar de o software estar disponível, não significa que ele respeite as leis de propriedade intelectual.

Por essa razão, é de suma importância que desenvolvedores e empresas certifiquem-se de  que não estejam infringindo quaisquer patentes, marcas registradas ou direitos autorais.

E quais são os principais passos para iniciar um projeto de código aberto e atrair contribuidores?

Para quem deseja iniciar um projeto de open source, é importante ter em mente os passos:

Definição das metas

A primeira etapa é se perguntar “por que abrir o código deste programa?”. Por exemplo, se o objetivo for atrair desenvolvedores para colaborar, invista tempo em elaborar uma documentação clara.

Decisão sobre o código

Segundo a Linux Foundation, outro passo envolvido na criação do open source é decidir se o código será criado ou liberado enquanto mantém a propriedade dele e do projeto, ou se deseja doar o código a outras pessoas para manter e administrar o projeto.

Essa decisão tem a ver com as metas que foram definidas anteriormente.

Escolha da licença

A licença open source é a que garante que outros desenvolvedores possam utilizar, copiar, modificar e contribuir com seu projeto. Da mesma maneira, é uma proteção contra situações ilegais.

Há diversas licenças para escolher, entre elas citamos as populares MIT, Apache 2.0 e GPLv3.

Escreva o README

Os READMEs explicam por que o projeto é importante, o que os usuários podem fazer com ele e como utilizá-lo. Na hora de elaborá-lo, ofereça respostas claras para perguntas como:

  • O que esse projeto faz?
  • Por que este projeto é útil?
  • Como eu começo?
  • Onde posso obter mais ajuda, se precisar?

Elabore as diretrizes de contribuição e o código de conduta

As diretrizes de contribuição esclarecem como os usuários podem contribuir, como por exemplo, no caso de precisar relatar um bug ou enviar pull requests.

Já o guia de conduta, conforme explicado nesta página:

“É um documento que estabelece expectativas de comportamento para os participantes do projeto. Adotar e fazer cumprir um código de conduta pode ajudar a criar uma atmosfera social positiva para sua comunidade.”

Promova o projeto

Crie um site ou uma página de projeto nos quais os usuários interessados possam obter informações sobre o open source. Isso servirá também para promover o projeto em fóruns, comunidades e redes sociais relevantes e, assim, atrair contribuintes.

Quais são as principais tendências no mundo open source para o futuro?

Com cada vez mais programas open source disponíveis, o que se estima é uma inovação mais rápida, especialmente no desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial e Machine Learning (aprendizado da máquina).

O código aberto também será usado para enfrentar alguns dos principais desafios de segurança e interoperabilidade da IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas, em português).

Espera-se que comunidades de desenvolvedores consigam criar soluções de IoT que funcionem perfeitamente com outros sistemas, sem danificar questões de segurança como privacidade de dados e segurança de dispositivos.

Como o open source funciona em áreas como o setor tecnológico e financeiro?

Um sistema financeiro open source funciona da mesma maneira que todo programa open source. Ele traz flexibilidade para bancos e instituições financeiras, que podem adaptar as soluções para atender requisitos, regulamentações e necessidades específicas.

Também promove a colaboração entre diferentes instituições, possibilitando que sejam criados padrões e soluções compartilhadas.

No setor tecnológico, o open source contribui para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, já que aproveita a expertise de uma comunidade global de desenvolvedores. Além disso, empresas podem aproveitar projetos já existentes e, dessa maneira, economizar tempo e recursos.

Por outro lado, há projetos de código aberto que não são bem mantidos ou monitorados com frequência, o que pode tornar o programa menos seguro. Um software para controle financeiro open source, se vulnerável, pode comprometer a integridade dos dados.

Como estamos falando de informações sensíveis, é imprescindível que tudo que envolve o financeiro seja conforme os requisitos de segurança exigidos. Por isso, ao investir em solução para cash in e cash out, o mais indicado é procurar por uma tecnologia segura e que se integre facilmente com outros sistemas da sua empresa.

Conclusão

O significado de open source deixa claro a sua natureza colaborativa, o que traz diversas vantagens, como mostramos neste artigo. No entanto, se de um lado temos uma comunidade de desenvolvedores focados inclusive em questões de segurança e identificação de vulnerabilidades, de outro, pode resultar em riscos.

Além disso, como mencionamos, ao tratarmos de sistemas financeiros, é importante garantir que ele tenha uma integração segura com outros sistemas, como o ERP. A melhor maneira é utilizar uma API que tenha um ambiente sandbox, para que você possa explorar todas as possibilidades oferecidas.

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