Nenhum e-commerce ou marketplace sobrevive por muito tempo sem uma boa gestão do estoque. Quando ela não é levada em consideração, é comum ocorrerem problemas como grande quantidade de itens de baixa saída estocados, indisponibilidade de produtos carro-chefe, entre outros. Para evitar essas e outras situações é que existe a curva ABC.
Neste artigo, mostraremos como essa metodologia pode ajudar gestores a tomarem melhores decisões estratégicas e a melhorarem o desempenho de negócios digitais. Confira!
O que é curva ABC?
Na gestão de estoque de marketplaces e e-commerce, a curva ABC é uma abordagem utilizada para classificar itens estocados com base nas suas saídas. Ou seja, baseando-se no grau de importância dos produtos.
Conhecida também como classificação ABC, a metodologia visa estabelecer uma ordem de prioridade, identificando os itens que trazem mais valor para o negócio digital. Ao dar essa visão aos gestores, eles podem tomar decisões mais bem embasadas sobre como lidar com o estoque.
Antes de prosseguirmos, é importante que você entenda que, apesar de aqui estarmos tratando de gestão de estoque, existe também a curva ABC de clientes, de vendas, de produtos etc.
Como funciona a curva ABC na gestão de estoque?
A curva ABC deriva do Princípio de Pareto, regra que diz que 80% dos efeitos vêm de 20% das causas. Na gestão do estoque, isso significa que geralmente cerca de 20% do estoque de uma empresa representa 80% de seu valor.
Partindo disso, a análise ABC classifica o inventário em três grupos principais:
Itens A
São os bens de maior valor de consumo anual e responsáveis pelos maiores ganhos de um negócio digital. Aplicando o Princípio de Pareto seria: 20% dos itens representam 80% do faturamento.
As mercadorias classificadas nesse grupo devem ser a maior prioridade do negócio digital. Por isso, é preciso controlar de perto os estoques de produtos do tipo “A”, pois uma ruptura de estoque pode significar perda de dinheiro para a empresa.
Itens B
Estoque que vende regularmente, mas não tanto quanto os itens A. Na prática, estamos falando que 30% dos itens correspondem a 15% do valor do estoque.
Um ponto importante da categoria B é observar os produtos que estão próximos às classes de item A e C para analisar as variáveis que os estão levando mais para A ou para C.
Itens C
Corresponde ao restante do seu estoque, isto é, são itens que não têm muita saída, mas que compõem a maior parte do custo do armazenamento (geralmente, 50% dos produtos C em estoque representam 5% do valor das vendas).
Itens B e C devem deixar de fazer parte do mix de produtos de negócios digitais?
Apesar de os itens classificados como A serem os responsáveis pela maior parte do faturamento, isso não significa que os demais devam ser deixados de lado e/ou descontinuados.
Pelo contrário, pois muitas vezes eles podem ser um chamariz para seu negócio, além de ajudarem também a aumentar o ticket médio por cliente. Contudo, ao analisar a curva ABC os gestores podem identificar os produtos que não estão dando o retorno esperado e identificar o que pode ser feito para evitar que eles deem prejuízos futuros ou acabem encalhados.
Se for o caso, a opção de deixar de vender algumas dessas mercadorias pode até ser considerada, mas isso somente após uma análise aprofundada. Do mesmo modo, pode-se pensar em outros itens para incrementar o mix de produtos.
Quais os benefícios da curva ABC no e-commerce e marketplace?
O gerenciamento de estoque é em si um custo. Portanto, é fundamental haver um controle preciso dos itens armazenados para evitar que esses custos sejam ainda maiores.
Como comentamos, a curva ABC permite aos gestores tomarem decisões mais informadas operacionalmente. Adicionalmente, ao aplicar a metodologia os negócios digitais encontram benefícios como:
- Melhor controle sobre o estoque de alto valor, o que representa redução de perdas e custos.
- Economia de tempo e dinheiro com o uso mais eficiente dos recursos de gerenciamento de estoque. Por exemplo, durante a contagem de estoque, mais recursos são dedicados à classe A do que às classes B ou C.
- Menos falta de estoque, resultando em maior satisfação do cliente.
À lista de vantagens da curva ABC elencamos ainda:
Elaboração de regras de estoque apropriadas para cada categoria
Para terem sucesso, e-commerces e marketplaces costumam depender do inventário de classe A. A curva ABC permite a identificação desses itens e dirige a atenção para o monitoramento da demanda por esses produtos. Assim, negócios digitais podem garantir que mercadorias do tipo A não fiquem em falta.
Entretanto, isso não significa deixar de lado as classes B e C. A partir da análise é possível definir diferentes níveis de serviço, níveis de estoque de segurança e parâmetros de reordenamento para cada categoria.
Precificação estratégica
Ao entender quais produtos possuem alta demanda, você pode fazer promoções para atrair ainda mais consumidores e/ou considerar aumentar o preço dos produtos de mais saída.
Do mesmo modo, para movimentar os itens parados ou aumentar o ticket médio, a empresa pode pensar em estratégias de precificação para chamar a atenção do público e incentivá-lo à compra.
Melhores negociações com fornecedores
A curva ABC é também uma ferramenta para obter uma negociação favorável com o fornecedor. Por exemplo, uma empresa que esteja negociando com os fornecedores de produtos da categoria A pode fazer um investimento maior nesses produtos.
Já para os itens das demais categorias é preciso garantir que a negociação seja vantajosa e, dessa maneira, evitar prejuízos com produtos que podem ficar mais tempo parados.
Melhor organização de estoque
Sabendo dos produtos que têm mais saída, fica mais fácil:
- Organizar o estoque por meio de nível de demanda;
- Otimizar o giro de mercadorias;
- Determinar a quantidade necessária de estoque para cada produto.
Como resultado, a organização de estoque reduz gastos e prejuízos.
Equipe focada no que traz resultado
A curva ABC mantém o negócio digital focado em lutar as batalhas certas. Em outras palavras, a empresa não perde tempo e energia com itens sem importância. Em vez disso, a gestão do estoque é direcionada aos itens que realmente fazem a diferença para o negócio virtual.
Aumento da lucratividade
Não menos importante, a curva ABC contribui para o aumento dos lucros. A explicação para isso é que, ao investir o capital de giro nos itens que oferecem o maior retorno sobre o investimento (ROI), e ao gastar energia nas mercadorias certas, as chances de a empresa digital obter mais lucro aumentam consideravelmente.
Como fazer a curva ABC no seu negócio digital?
Preparamos quatro etapas que podem ser consideradas ao implementar a curva ABC na gestão de estoques do seu e-commerce ou marketplace. Confira:
1 – Liste os produtos do seu estoque
Comece listando os itens estocados. Para isso, você pode utilizar uma planilha Excel ou um ERP, por exemplo. Procure registrar dados como:
- Descrição do produto;
- Quantidade disponível;
- Valor unitário;
- Quantidade vendida em um determinado período;
- Valor obtido com a venda em um determinado período.
Destacamos que aqui você pode utilizar qualquer métrica padrão – como vendas totais, margem bruta, custos – para medir o valor de consumo do seu inventário em um determinado período.
2 – Relacione seus produtos com base na demanda
Agora vem a aplicação da curva ABC. Para isso, divida seus produtos nos três grupos, lembrando que:
- Categoria A são os produtos que trazem 80% do seu lucro;
- Categoria B são os produtos que trazem 15% de lucratividade;
- Categoria C são itens que trazem 5% da receita.
3 – Crie regras para classes de inventário
Uma vez que cada produto esteja classificado dentro da curva ABC, defina um conjunto de regras ou ações sobre como as classificações devem funcionar para cada categoria.
Por exemplo, o estoque classificado como A nunca poderá esgotar-se e você pode determinar um limite de rotatividade. Já para os itens de classe C, não tem problema se eles acabem, mas é importante cuidar para que não fiquem muito tempo parado.
4 – Monitore e procure oportunidades para mudar de classe
À medida que você adiciona itens ao inventário, seu mix de classificação muda. Por essa razão, continuar monitorando suas análises significa ficar atento a padrões e melhor prevenir quais produtos são mais e menos vitais para serem gerenciados.
Se for o caso, reclassifique os itens para que eles fiquem posicionados na categoria certa (e para que assim você consiga manter uma estratégia adequada de gestão de estoques).
Tenha em mente que ao ter suas energias direcionadas para o mix de estoque ideal, suas operações serão executadas com mais eficiência e você terá menos chances de ter problemas no fluxo de caixa.
Gestão de estoque realizada com sucesso, o que vem depois?
Com o estoque bem organizado e estratégias como de precificação, marketing e vendas bem definidas e colocadas em prática, agora é hora de se preocupar com uma etapa crucial para que o lucro chegue: o pagamento.
Na fase do checkout você precisa garantir que seu cliente não abandonará o carrinho de compras. Para isso, a experiência de pagamento deve ser a mais fluída possível. Três dicas podem ajudar nesse sentido:
- Adote o checkout transparente;
- Disponibilize o Pix como opção de forma de pagamento (falamos aqui sobre as vantagens do Pix para e-commerce;
- Automatize os recebimentos.
A Transfeera desenvolveu uma solução que possibilita aos negócios virtuais realizarem cobranças por Pix com a emissão de QR codes estáticos ou dinâmicos.
Além disso, a solução automatiza recebimentos e pagamentos e os centraliza em um único lugar. Isso ajuda os gestores a ganharem tempo e assertividade no controle financeiro.
Falando em controle, a ferramenta emite relatórios financeiros também de forma automatizada, o que garante que a equipe financeira analise e controle a eficácia dos pagamentos, bem como consiga atuar com precisão na redução de custos.
Como a redução de custos é também um dos objetivos da gestão do estoque, temos um convite. Acesse agora mesmo nosso guia completo para redução de custos no seu negócio digital e maximize seus lucros!