O termo startup começou a tornar-se popular nos anos 1990, na primeira “bolha da internet”. Foi nos Estados Unidos, mais especificamente no Vale do Silício (Califórnia), que esse modelo de empresa passou a ficar ainda mais conhecido.
Anos passaram e ainda dentro do conceito de startup foram surgindo outros modelos, como fintech, insurtech e outros. Em outra oportunidade já explicamos sobre as fintechs. Mas, insurtech, o que é?
A seguir, entenda o que o termo significa, como é o mercado de insurtech no Brasil, seus benefícios e muito mais!
O que é Insurtech?
Insurtech é uma junção de duas palavras, insurance (seguros) e technology (tecnologia). Baseando-se nos modelos de fintechs, as insurtechs utilizam tecnologias inovadoras para introduzir inovações no setor de seguros.
Portanto, perceba que elas vieram para inovar e revolucionar um setor conhecido por ser tradicional e com processos mais engessados. Graças a essas inovações, surgem novos produtos.
Além disso, pelo fato de inovar, a insurtech é responsável também por modificar o comportamento de todos os agentes do mercado, de corretores e empresas aos clientes.
Como funcionam as Insurtechs e sua ligação com o mercado de seguros
Inteligência artificial, machine learning, blockchain e Big Data. É basicamente graças a essas tecnologias que funciona a insurtech, que as utilizam com o objetivo de automatizar processos, simplificar a experiência do cliente e reduzir custos operacionais.
Assim como no caso das fintechs, geralmente os serviços propostos pelas insurtechs ficam disponíveis em plataformas, como sites e aplicativos que priorizam a experiência do cliente em todos os pontos de contato.
Dentre os objetivos de uma insurtech estão:
- Aumentar a flexibilidade;
- Melhorar a eficiência dos processos,
- Oferecer serviços e comunicação personalizados;
- Reduzir a burocracia;
- Evitar fraudes e reduzir os riscos;
- Oferecer preços mais competitivos.
Quais têm sido os impactos das Insurtechs no mercado?
As insurtech trouxeram uma verdadeira revolução. Para começar, elas mudaram a maneira com a qual empresas do setor se relacionam com os clientes, pois tornaram a comunicação muito mais ágil.
O setor de seguros é conhecido por ser extremamente burocrático e reduzir essa burocracia foi outro impacto das insurtechs. Além do mais, tendo a tecnologia como base, elas levaram ao mercado novas possibilidades, como:
- Serviços personalizados: utilização de inteligência artificial para encontrar o conjunto mais adequado de opções de cobertura ou cotações, bem como para identificar produtos e serviços mais adequados e sob demanda.
- Análise preditiva: uso de algoritmos para avaliar melhor a probabilidade de sinistros.
- Chatbots: processamento de linguagem natural para gerenciar consultas e solicitações de clientes por telefone, texto e outros aplicativos de mensagens.
- Modelos de preços competitivos: com processos enxutos e automatizados e redução de intermediários, as insurtechs conseguem reduzir os custos operacionais e oferecer ao mercado preços competitivos.
As insurtechs também dão um fim às pilhas de papéis, com contratos de páginas e mais páginas. Isso porque elas adotam o modelo de contrato inteligente, os smart contracts.
Nesse modelo de negócio há ainda a automação de tarefas manuais, que dá espaço para que os corretores atuem mais estrategicamente e possam focar nas relações com os clientes.
Somado a isso, vem o uso de algoritmos para avaliar riscos e processar sinistros, o que resulta em processos mais rápidos e eficientes. Por essa razão, não é exagero algum dizer que as insurtechs transformam toda a estrutura de empresas de seguros e corretoras.
Como é o mercado de Insurtech no Brasil?
Comparado com outros países da América Latina, o Brasil lidera em número de insurtechs. Segundo explica esta matéria, o continente possui 352 insurtechs registradas. O Brasil conta com 129 empresas, o que representa 32% do total. Também somos líderes em investimentos, com 57%, seguido de Chile (24%) e México (13%).
Em nosso país, a maioria das insurtechs atua em 4 frentes:
- Resolução de problemas de eficiência
- Produtos e distribuição
- Comparação
- Serviços adicionais
Sobre as regiões do país e a quantidade de startups de seguros, um levantamento feito pela KPMG em parceria com a Distrito revela que a maioria das startups estão na Região Sudeste (74,3%). Em segundo vem o Sul com 17,7%, seguido pelo Centro-Oeste (4,45%) e Nordeste (2,7%). A região Norte concentra 0,9% das insurtechs.
Benefícios das Insurtechs
Para os consumidores, um dos principais benefícios são os serviços personalizados. Isso permite a essas empresas identificarem necessidades de cobertura que se ajustem à saúde, às finanças, ao estilo de vida e às prioridades de cada cliente.
Além do mais, elas oferecem flexibilidade e praticidade para seu público, dando a cada pessoa a autonomia de controlar os serviços que foram contratados.
Essas startups oferecem ainda a possibilidade de adquirir um seguro com apenas alguns cliques em um site ou aplicativo, em um processo bem menos burocrático e mais agilizado.
E se menos burocracia e mais agilidade são vantagens para clientes, o mesmo podemos falar das insurtechs. O motivo é que, graças a essas duas características, elas conseguem simplificar operações e, consequentemente, reduzir custos.
Vale destacar ainda outro positivo dessas startups: o uso de dados para a obtenção de insights que possibilitam às seguradoras tomarem decisões mais precisas e atuarem muito mais estrategicamente.
Há relações entre o conceito de machine learning e Insurtech?
Uma das tecnologias utilizadas pelas insurtechs é o machine learning, ou aprendizado da máquina, em português. Sendo assim, estamos falando de dois conceitos relacionados.
Para entender, juntamente com a inteligência artificial, o aprendizado da máquina é capaz de recomendar produtos mais compatíveis ao perfil do cliente e criar modelos de precificação baseados em dados. Ou seja, as seguradoras conseguem oferecer aos clientes preços muito mais competitivos daqueles praticados pelas empresas tradicionais, e produtos que melhor atendem suas necessidades.
Adicionalmente, os algoritmos de ML possuem a capacidade de extrair padrões de dados e detectar tendências e novas demandas que permitem às seguradoras modificarem os prêmios dinamicamente.
Colocando em outros termos, em vez de ter como ponto de referência os padrões do setor, empresas utilizam o machine learning para definir um preço efetivo para cada prêmio.
Os sistemas de IA e ML são também capazes de aumentar a precisão da detecção de fraudes e diminuir o número de falsos positivos.
Para completar a lista, outra relação entre insurtechs e machine learning é aprimorar a eficiência operacional, garantindo que clientes tirem suas dúvidas sem precisar esperar em uma linha telefônica por horas, e até mesmo que consigam contratar um seguro personalizado e com mais agilidade.
Quais as tendências das Insurtechs nos próximos anos?
Uma das tendências das insurtechs nos próximos anos é a adoção do conceito de Pay Per Use, isto é, pagar pelo uso. Nesse formato, o cliente paga somente pelo que utiliza.
Por exemplo, imagine uma pessoa que tenha que pegar um carro emprestado por algumas horas. No conceito de pay per use, essa mesma pessoa pode contratar o seguro apenas por aquele período.
Falando em tendências, não podemos deixar de mencionar o Chat GPT. Nas insurtechs, ele pode ser usado para automatizar o processo de subscrição, analisando dados e identificando padrões que contribuem para que as seguradoras tomem melhores decisões sobre riscos.
É possível também ver a tecnologia sendo usada para automatizar o processamento de reclamações, o que pode melhorar a satisfação do cliente. Aliás, o Chat GPT pode ainda criar chatbots capazes de responder às perguntas dos clientes 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Outra tendência está na aplicação da inteligência artificial para inovar a indústria de insurtechs. Seguradoras podem, como exemplo, fazer uso da IA para criar novos produtos e serviços que atendam às necessidades dos seus clientes.
Conclusão
Fintech, insurtech, healthtech e por aí vai. Em comum, todas elas têm alguns pontos: simplificar a vida dos clientes, desburocratizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.
Como você acompanhou aqui com a gente, as insurtechs, assim como as fintechs, vieram para ficar. A principal razão é que elas seguem uma tendência que vemos em outros setores: a de colocar os clientes no centro do negócio.
É o caso das fintechs as a service, que também atendem a esse propósito. Para saber mais sobre o tema, recomendamos o artigo: