Não é preciso ir muito longe no tempo para lembrarmos que, por longos anos, serviços financeiros foram relacionados à burocracia, morosidade e inconveniência. Toda essa dificuldade era gerada por um sistema que não colocava o cliente final como foco. Foi com a inserção da tecnologia, especialmente por meio de startups, atuando para o usuário final e no modelo de fintech as a service (FaaS), que esse cenário começou a mudar.
O mercado brasileiro ansiava por essa mudança. A prova é que o último levantamento do Distrito FinTech Report apontou que o Brasil já conta com 1,3 mil fintechs, um número que representa um crescimento ano após ano.
Sem dúvidas, a criação dessas empresas que desenvolvem tecnologia para serviços financeiros desburocratizados trouxe inovação para o setor financeiro, que a cada dia ganha mais praticidade, segurança, transparência e foco no usuário.
Por conta desse cenário, a seguir convidamos você a conhecer sobre FaaS, o que é, por que o modelo é tão inovador e muito mais. Boa leitura!
O que é Fintech as a Service (FaaS)?
Uma fintech as a service (FaaS) fornece tecnologia financeira como serviço, desenvolvendo soluções para que outras fintechs, startups ou empresas de setores diferentes adicionem serviços financeiros aos seus negócios de maneira fácil e personalizável.
Mais do que eliminar o trabalho desnecessário, a ideia por trás desse modelo é oferecer aos negócios possibilidades inovadoras para seus serviços financeiros, salvando-os de sistemas baseados em provedores de bancos centrais.
Por que o modelo FaaS é tão inovador e importante?
O modelo permite que qualquer organização seja capaz de adicionar serviços bancários à sua estratégia de negócio, de forma rápida, segura e focada no novo perfil consumidor. Com plataformas completas e prontas para serem integradas por meio de APIs, o FaaS garante agilidade no time to market sem deixar de entregar eficiência e uma experiência customizada ao cliente final.
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Mas as razões pelas quais essas startups vêm ganhando tanto espaço no mercado não são apenas essas. A busca constante por inovações as torna ainda mais atraentes para o público: estão sempre oferecendo novos produtos e serviços personalizados, acessíveis e com novas experiências a negócios e consumidores com versatilidade surpreendente.
Quais serviços uma FaaS oferece?
Uma fintech as a service, por possibilitar que empresas incorporem serviços e produtos financeiros nos seus portfólios, abre um leque de possibilidades aos negócios. E quais serviços são esses?
A lista é variada, mas para você ter uma ideia, dê uma olhada no que uma FaaS pode oferecer:
- Transferências internacionais;
- Serviços de empréstimos e financiamento;
- Serviços bancários, como abertura de conta digital, emissão de cartões, entre outras;
- Pagamentos por Pix;
- Concessão de crédito (Credit as a Service);
- Gerenciamento de riscos financeiros;
- Transferências bancárias nacional e internacional;
- Entre outras possibilidades
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Vantagens da Fintech as a Service
Até aqui você já percebeu que contratar uma fintech as a service é uma maneira de expandir o portfólio de produtos e serviços da sua empresa sem precisar contratar uma equipe interna para isso.
Adicionalmente, existem outros benefícios que devem ser levados em consideração, como:
Redução do time to market
Empresas que optam por uma fintech as a service conseguem ter acesso aos recursos e funcionalidades financeiras desenvolvidos por ela muito mais rapidamente do que se precisassem desenvolver tudo internamente.
Isso não apenas reduz o time to market, como também faz com que as organizações se concentrem nas suas atividades core.
Flexibilidade e escalabilidade
Produtos e serviços desenvolvidos por FaaS são facilmente escaláveis. Isso possibilita às empresas aumentarem ou diminuírem a capacidade o alcance dos serviços conforme as flutuações da demanda.
Personalização
A fintech as a service se preocupa em atender as necessidades individuais dos clientes. Como os produtos/serviços são facilmente configuráveis, é possível adaptá-los conforme as demandas de cada empresa.
O que deve ser considerado ao escolher uma Faas?
Processos financeiros são cheios de detalhes que, se realizados manualmente, podem levar a erros constantes, problemas com segurança de dados e baixa produtividade das equipes devido à complexidade das atividades. Por isso, avança cada dia mais a procura das empresas por uma fintech segura e eficiente que auxilie na otimização desses processos.
Especialmente nas questões de segurança, com tantos golpes sendo aplicados na web, a atenção precisa ser redobrada. Geralmente, as empresas manipulam dados sensíveis de próprios e de clientes e isso exige que ela tenha cuidados extras para garantir a proteção dessas informações.
Mas como saber se determinada solução é de uma fintech segura para tê-la como parceira no seu negócio? Diante de tantas startups com soluções inovadoras, fizemos um checklist com os principais pontos a serem observados para considerar uma fintech segura e possibilitar uma tomada de decisão mais assertiva:
1. Possui programa de compliance?
O compliance é estar em conformidade com os regulamentos internos e externos à fintech, estruturando um conjunto de mecanismos que garantam o cumprimento de todas as normas e políticas estabelecidas para o negócio.
A criação de estratégias de compliance contribui para:
- Planejamento estratégico da empresa;
- Redução de surpresas e incertezas;
- Fortalecimento da cultura e da governança corporativa;
- Proteção da reputação e da imagem da organização;
- Otimização das informações para tomada de decisão;
- Priorização dos investimentos;
- Eficiência operacional;
- Mitigação de riscos;
- Crescimento e desenvolvimento do negócio;
- Competitividade.
Para considerar a fintech segura em relação ao compliance, principalmente atuando sob as especificidades do sistema financeiro, é preciso que ela siga normas do chamado mercado regulado, além das normas comuns a todas as empresas.
2. Está de acordo com a LGPD nos cuidados contra vazamento de dados?
Para ser considerada uma fintech segura, a empresa precisa garantir aos clientes que segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e que, portanto, mantém cuidados para evitar vazamento de dados.
A segurança das informações deve ser um pilar estratégico e prioritário para todas as instituições financeiras, principalmente as que oferecem serviços digitais.
Para garantir a segurança dos usuários e da própria empresa, alguns investimentos são necessários. Dentre eles, a criptografia, além de equipe e cultura de segurança e compliance com padrões mundiais. Alguns exemplos de boas práticas internacionais de segurança são ISO27001, NIST e CIS.
3. Possui segurança de APIs?
As APIs disponibilizadas pelas fintechs do setor financeiro permitem que serviços inovadores sejam integrados aos sistemas já usados pelas empresas. Mas é preciso garantir alguns pontos em relação à cyber security.
A fintech deve oferecer um ambiente de homologação para testes do fluxo de integração, validando os fluxos operacionais para que o financeiro não tenha problemas ao integrar seu sistema nem surpresas ao rodar as transações no ambiente de produção. Por isso, é necessário validar o cenário de integração ao ambiente de homologação antes de iniciar o serviço.
A fintech também precisa ter controles rígidos que garantam a identidade do usuário que está acessando, garantindo que ele realmente tem acesso aos dados requisitados. Para a implementação desses controles, é importante considerar padrões no mercado, como OAuth2 e OpenID Connect.
Outra maneira de garantir a segurança de APIs é protegendo as credenciais de acesso, salvando-as em cofre (vault) por meio de um serviço gerenciado para armazenar segredos e chaves de criptografia com segurança.
Como a superfície de ataque das APIs muda conforme a empresa implanta novos serviços, também é preciso que a fintech acompanhe essas mudanças. Para isso, o Web Application Firewall (WAF) é importante para inspecionar automaticamente os conteúdos, verificando riscos e protegendo o sistema contra ataques.
Fintechs as a service que têm se destacado no mercado
Rapyd
A Rapyd é um exemplo de fintech as a service de grande relevância internacional, tanto que já recebeu investimentos de US$ 60 milhões. Os serviços financeiros englobam transferências bancárias locais e internacionais, carteiras eletrônicas, cartões e dinheiro em mais de 100 países. Suportam 65 moedas de retenção e 170 moedas de pagamento, além de possuírem parceria com mais de 500 meios locais de pagamento para realizar as transações entre países diferentes.
A proposta da Rapyd é que os comerciantes facilitem as transações internacionais ao integrar os métodos de pagamento local na API e escalá-los globalmente por várias redes de pagamentos. O processo forma uma “rede de redes”, atendendo a 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo sem a necessidade de cartão para as transações em mais de 2 milhões de pontos de caixa eletrônico e atendimento no balcão. A Rapyd verifica a identidade do usuário e envia fundos para suas carteiras eletrônicas, usando suas opções de pagamento preferidas.
Conheça alguns IPOs em meios de pagamento:
EBANX
O EBANX é outro destaque, desta vez brasileiro, entre as iniciativas no modelo de fintech as a service. A fintech foi criada com a proposta de ser não somente uma solução de pagamento, mas oferecer acesso em um mundo cheio de fronteiras, possibilitando às pessoas a oportunidade de comprar produtos e ter serviços globais que antes seriam acessíveis apenas a uma parcela da população.
Fundada em 2012, a fintech cresceu 700 vezes. O portfólio de clientes é formado por mais de 500 sites ativos de diversas partes do mundo, oferecendo a mais de 30 milhões de brasileiros o acesso a produtos e serviços globais. Opera em 7 países latino-americanos, com mais 2 no caminho. Além dos escritórios no Brasil, o EBANX tem escritório em Londres e tem “ebankers” espalhados pelo mundo inteiro, somando 19 nacionalidades.
Recentemente, a fintech anunciou que permitirá compras com o recém-lançado cartão virtual de débito da Caixa Econômica Federal em sites internacionais parceiros, como é o caso do e-commerce Wish.
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Transfeera
A Transfeera também se posiciona como uma fintech as a service. A plataforma de pagamentos automatiza as transferências de valores de uma empresa para os seus parceiros, realizando as operações em lote.
Entre as vantagens da automação estão o ganho de tempo e produtividade das equipes, especialmente as do setor de contas a pagar, mais eficiência e segurança nas operações e redução de custos com taxas bancárias e dos erros de processamento.
A solução também oferece uma funcionalidade de validação de dados bancários, para evitar as falhas nas transações com dados incorretos, e um Hub de Contas, infraestrutura com agência bancária que permite que empresas criem contas para seus clientes na Transfeera.
Concluindo
Empresas FaaS oferecem soluções prontas para uso e que podem ser facilmente integradas às operações de um negócio virtual, sem que para isso ele precise lidar com o complexo processo de desenvolvimento e implantação, e com as complexidades regulatórias.
Por isso, contratar os serviços de uma fintech as a service pode ajudar negócios digitais a oferecerem melhor experiência aos clientes, além de promover agilidade e inovação.
Neste artigo, comentamos sobre a Transfeera, uma fintech as a service que oferece os seguintes benefícios:
- Simplifica as rotinas operacionais com segurança;
- Reduz o esforço e o risco operacional de empresas;
- Aumenta a eficiência com agilidade e transparência;
- Gerencia e automatiza todas as rotinas de contas a pagar;
- Facilidade de integração: você pode importar sua planilha de pagamentos ou integrar a Transfeera por meio de API;
- Lotes de pagamentos enviados em um único arquivo de retorno com todos os comprovantes e status de pagamentos;
- A Transfeera é uma das primeiras instituições financeiras aprovadas pelo Bacen para realizar a transferência de Pix para empresas.
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