A captação de recursos é essencial para empresas e organizações públicas ou privadas que desejam crescer e ampliar sua atuação. Em alguns casos, o financiamento externo é o que garante o fôlego necessário em momentos de crise, como quando a empresa enfrenta dificuldades para pagar salários ou cumprir obrigações financeiras básicas.

Por isso, seja uma startup em fase inicial ou uma organização consolidada, a captação é uma estratégia-chave para garantir o crescimento sustentável. E como  o assunto é  importante para o seu e-commerce ou marketplace, a seguir, entenda o que é captação de recursos, como funciona, estratégias financeiras e como montar um modelo de projeto eficaz para captar investimentos!

Captação de recursos: o que é e qual sua importância?

A captação de recursos é uma estratégia adotada por empresas para angariar capital. O dinheiro obtido pode ter diversas finalidades, como:

  • Desenvolvimento de um novo produto;
  • Compra de máquinas e equipamentos;
  • Implementação de iniciativas e estratégias;
  • Investimentos em tecnologia e inovação;
  • Reforço do capital de giro;
  • Superação de crises e problemas financeiros.

Com o aumento da concorrência no mercado, empreendedores e empresários precisam estar preparados para enfrentar diversos desafios financeiros ao mesmo tempo em que procuram manter a competitividade. É aí que a captação de recursos financeiros é uma estratégia essencial, pois ajuda a construir a estrutura sobre a qual o crescimento e a sustentabilidade de um negócio ocorrerão.

Captação de recursos financeiros: principais fontes e estratégias

Entenda que uma captação de recursos bem-sucedida não é apenas sobre “tentar conseguir dinheiro”. Ela exige bom relacionamento com investidores e, acima de tudo, um profundo entendimento do seu modelo de negócios, da dinâmica do mercado e da proposta de valor que a sua empresa oferece aos clientes e potenciais investidores.

Sobre as principais fontes e estratégias, captar recursos pode ser conseguido junto a uma instituição financeira, com a obtenção de empréstimo. Além disso, outras formas incluem:

Crowdfunding

O crowdfunding, que em uma tradução literal para o português significa “financiamento coletivo”, é uma forma de captação de recursos em que muitas pessoas contribuem com pequenas quantias para financiar um projeto, um negócio ou uma causa específica. Ele ficou mais conhecido por meio de iniciativas de pessoas físicas para lançar algum livro, fazer uma viagem para participar de um campeonato, conseguir fundos para apoiar alguma entidade, entre outros.

No ambiente de negócios, o crowdfunding pode ser uma boa estratégia de captação de recursos para apoiar no desenvolvimento de um produto, um novo projeto, na realização de investimentos estratégicos, entre outros motivos. Uma de suas vantagens é que a empresa não precisa ir atrás de investidores para angariar recursos. Pelo contrário, o crowdfunding permite que literalmente qualquer pessoa seja um investidor.

Um exemplo de organização que adotou o financiamento coletivo foi a Oculus VR. Em 2012, ela lançou uma campanha no Kickstarter, um dos maiores sites de financiamento coletivo no mundo, com o objetivo de arrecadar US$ 250 mil para desenvolver o Oculus Rift, um headset de realidade virtual inovador. O resultado? Em menos de 4 horas arrecadou um total de US$ 2.437.429 de 9.522 apoiadores ao longo de 30 dias. 

Além de validar o interesse do público em realidade virtual, o sucesso da campanha atraiu a atenção de grandes investidores e empresas do setor. Em 2014, a Oculus VR foi adquirida pelo Facebook por cerca de US$ 2 bilhões, destacando-se como um dos maiores exemplos de sucesso de crowdfunding na indústria de tecnologia.

Curiosidade

O Vakinha, maior site de doações online do Brasil e da América Latina, é cliente da Transfeera. Com a nossa plataforma de pagamentos, a empresa reduziu em 50% as falhas bancárias:

“A Transfeera nos proporcionou um ganho operacional enorme nas transferências e, inclusive, na nossa comunicação com o usuário, que agora tem seus comprovantes disponíveis de forma individual. Assim, pudemos focar na nossa própria operação, sem nos preocupar mais com as transferências”, contou Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha.

Quer saber mais? Veja aqui esse case de sucesso!

Investidor anjo

Investidores anjo são pessoas físicas que, em troca de participação societária ou por meio de dívida conversível, investem em startups em fase inicial. Além do aporte financeiro, esses investidores costumam oferecer mentoria, networking e apoio estratégico, atuando como parceiros ativos no desenvolvimento do negócio.

Financiamento por equity

É o financiamento de capital próprio. Nessa estratégia, o processo de captação de recursos ocorre por meio da venda de ações da empresa a investidores. Em troca, os investidores obtêm participação acionária juntamente com o direito a voto e a reivindicação de uma porcentagem dos lucros futuros.

Captação por meio de recursos próprios

É quando o próprio dono ou os sócios colocam dinheiro na empresa. Essa é uma prática comum especialmente nas fases iniciais, ou quando a empresa não possui argumentação sólida para atrair investidores.

No entanto, aqui vale um alerta. Se de um lado esse tipo de captação garante autonomia, pois não há interferência externa, é fundamental definir os limites e as formas de retorno que o sócio terá com o investimento.

Aporte governamental

Existem diversas linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal. Esses aportes podem vir em diferentes formatos, como:

  • Editais de fomento para pesquisa, tecnologia ou impacto social;
  • Subsídios e incentivos fiscais;
  • Linhas de crédito com condições especiais, oferecidas por instituições como BNDES, Finep ou bancos de desenvolvimento regionais.

Dica Transfeera: o BNDES oferece diversas soluções para negócios de todos os portes – desde micro até grandes organizações. Caso queira saber mais detalhes, recomendamos o próprio site do BNDES, com informações sempre atualizadas.

Venture Capital (ou Capital de Risco)

Startups e empresas em estágio inicial com potencial de crescimento substancial e rápido podem enfrentar um problema: conseguir obter um empréstimo em uma instituição bancária. Para esses negócios, uma saída pode estar no venture capital (VC), conhecido também por capital de risco.

Trata-se de um tipo de aporte financeiro feito por meio de fundos especializados. Em troca, esses fundos recebem uma participação societária na empresa. Isso implica em compartilhar os lucros no médio ou longo prazo, o que muitas vezes ocorre com a venda da participação após a valorização da empresa (por exemplo, em uma aquisição ou abertura de capital).

Normalmente, o venture capital é confundido com os investidores anjo. No entanto, enquanto o anjo costuma ser uma pessoa física que acredita e investe no negócio, muitas vezes antes dele  gerar receita, o venture capital entra em cena quando a empresa já tem resultados, clientes e precisa de recursos para crescer em escala.

Fundo da Google

A Google iniciou um novo fundo, chamado “AI Futures Fund“,  voltado para investimentos em startups de inteligência artificial. De acordo com a empresa, startups elegíveis receberão investimento da Google, acesso antecipado a modelos de IA e suporte prático de pesquisadores, engenheiros e especialistas.

Como funciona a captação de recursos para empresas e organizações?

O processo para captar recursos começa a partir da identificação das necessidades financeiras. A partir disso e, do momento da empresa, o empreendedor, empresário ou financeiro define a modalidade de captação mais adequada. Dependendo do caso, será necessário apresentar um projeto ou proposta para convencer o investidor, financiador ou instituição a liberar os recursos.

Por exemplo, se uma empresa busca um investidor anjo, precisará apresentar um pitch sólido, com plano de negócios, projeções financeiras e de crescimento. Já para acessar linhas de crédito em bancos ou instituições como o BNDES, é comum que se exijam garantias, histórico financeiro e documentação rigorosa (com apresentação de relatórios e balanços).

Etapas essenciais para uma captação de recursos eficaz

Para entender melhor, veja como ocorrem as etapas do processo. Mas, atenção: o funcionamento pode variar conforme a fonte do recurso:

  1. Planejamento e diagnóstico financeiro: entender a quantia que precisa ser captada, para quê, como será utilizada e por quanto tempo.
  2. Escolha da fonte e do tipo de captação: pode ser por meio de investidores, financiamento coletivo ou recursos próprios. Para definir o tipo, é importante considerar os custos, riscos e disponibilidade de acesso ao recurso (ou seja, em quanto tempo a empresa terá o dinheiro em caixa).
  3. Preparação da proposta ou documentação: é a etapa em que o projeto de captação será “vendido”. A proposta precisa ser adaptada ao perfil da fonte escolhida (banco, investidor, governo, sócio etc.).
  4. Apresentação e negociação: o financiador apresenta as condições da proposta para ajustar termos, prazos, garantias ou participações.
  5. Recebimento e uso do recurso: o recurso é liberado seguindo as regras da modalidade de captação escolhida. Conforme for o caso, é necessário prestar contas (como em editais ou subsídios).

Modelo de projeto para captação de recursos: o que deve conter?

Tenha em mente que o projeto deve convencer investidores, financiadores, instituições públicas ou bancos. Independentemente da fonte – investidor anjo, venture capital, injeção de capital próprio, empréstimo – existem alguns pontos no projeto que não podem faltar:

  • Resumo executivo: visão geral do projeto ou da empresa, como o que é e o que faz a organização, qual o propósito da captação, quanto se busca e o impacto esperado.
  • Objetivo da captação: explicação de como e para que o recurso será usado. Por exemplo: expansão, lançamento de produto, reestruturação financeira, etc.
  • Perfil da empresa/projeto: breve histórico da empresa, principais atividades, mercado de atuação, público-alvo e diferenciais.
  • Análise de mercado e concorrência: dados de mercado, oportunidades, ameaças e como o projeto se posiciona frente aos concorrentes.
  • Plano de ação e cronograma: detalhamento de como o dinheiro será usado, em quais etapas e em que prazo. Neste tópico, lembre-se de que transparência gera mais confiança.
  • Projeções financeiras: estimativas de faturamento, custos, fluxo de caixa e retorno esperado. Se possível, com cenários otimista, realista e conservador. Essa é uma parte importante do projeto, pois a empresa, pessoa ou instituição que investir, precisa de garantia de retornos e de todas as informações disponíveis quanto aos possíveis cenários.
  • Equipe envolvida: experiência, competências e responsabilidades de cada pessoa-chave por trás do projeto.
  • Contrapartidas (se houver): no caso de investimentos (como anjos ou VCs), mostre o que está sendo oferecido, como participação societária, retornos esperados, modelo de saída. Em editais, descreva as entregas ou impactos previstos.

Erros comuns na captação de recursos e como evitá-los

Um dos principais erros na captação de recursos é a falta de alinhamento do objetivo com o planejamento estratégico. Por exemplo, uma empresa que deseja ter dinheiro em caixa para expandir, mas que tem como planejamento estratégico focar na consolidação do mercado atual, pode acabar comprometendo seus resultados e criar expectativas desalinhadas junto aos investidores ou financiadores.

Outro erro bastante comum é ter um objetivo, mas não possuir um plano claro de como utilizará o dinheiro e nem de como o investimento impactará sua produção, receita ou lucratividade. A falta de clareza faz com que a empresa corra o risco de não conseguir justificar o pedido. Ou, ainda, pode comprometer o caixa sem gerar retorno.

Para evitar esses dois primeiro erros, é fundamental fazer um diagnóstico claro das necessidades da empresa, considerando o planejamento estratégico. Além disso, detalhe como o recurso será aplicado e quais resultados concretos se espera alcançar com o investimento. Essa é uma maneira de convencer quem vai liberar o recurso e de guiar a empresa no uso eficiente do capital.

Um outro erro que pode acontecer na hora de captar recursos, é estimar a quantidade errada do valor necessário. Mais uma vez, o diagnóstico das reais necessidades, somado a um plano de como o dinheiro será aplicado, ajuda a evitar que isso aconteça.

Falta de preparo na apresentação da proposta também é um ponto crítico. Muitas vezes, a empresa até terá retorno e o investimento será benéfico para os investidores. Contudo, por conta de projetos com dados imprecisos, projeções exageradas ou sem um plano de execução claro, infelizmente muitas propostas são rejeitadas.

Para não cometer esse erro, coloque-se no papel de quem está do outro lado e não esqueça de que todo investidor e financiador valoriza a transparência. Portanto, seja fiel quanto aos dados e claro quanto como o valor utilizado apoiará no crescimento da organização – além de ser transparente quanto ao retorno estimado.

Dicas para melhorar sua proposta e atrair investidores

Ser transparente é a chave para uma boa proposta. Isso inclui explicar o motivo donegócio existir, o que o diferencia dos concorrentes, como tem se saído e as projeções financeiras de curto, médio e longo prazo. Aqui, é importante evitar jargões e ser direto ao ponto.

Apresente também o mercado e coloque dados do setor na proposta, mostrando como sua empresa se encaixa e o potencial de crescimento. Traga números baseados em dados concretos, tanto para abordar as projeções do próprio mercado, quanto para apresentar o quanto o seu negócio pretende faturar, qual o custo estimado, tempo de retorno esperado, margens e metas.

Não cometa o erro de inflar os números. Investidores são pessoas experientes e que apreciam previsões embasadas e realistas, mesmo que conservadoras. Lembre-se também de ser específico em como o recurso será aplicado e como isso impactará o crescimento da empresa.

Outra dica é: pessoas investem em pessoas. Portanto, mostre quem está por trás do negócio, quais são as competências do time e por que vocês são capazes de executar o plano.

Por fim, esteja preparado com um pitch bem estruturado. Se fizer uma apresentação, aposte em clareza, objetividade e design organizado.

Captação de recursos no terceiro setor: desafios e soluções

As organizações do terceiro setor também precisam captar recursos para desenvolver suas atividades. Entretanto, podem enfrentar alguns problemas, como:

  • Falta de estrutura para buscar recursos: muitas organizações contam com equipes reduzidas e não têm um setor dedicado à captação. Isso dificulta a busca ativa por parcerias, editais e doações. Se for o caso, invista em parcerias com voluntários ou consultorias especializadas.
  • Baixa visibilidade da causa: muitas ONGs não comunicam com clareza o que fazem, e isso pode se tornar uma barreira para o apoio financeiro. Para superar esse desafio, invista em uma comunicação clara, utilize as redes sociais, mostre histórias reais e procure estar presente na sociedade em que atua.
  • Falta de confiança: ninguém investe em um negócio que não confia. Por esse motivo, priorize a transparência, divulgando relatórios, depoimentos de beneficiários e resultados concretos.
  • Poucas fontes de recursos: outro problema enfrentado por muitas ONGs é a falta de doadores regulares. Contorne esse obstáculo diversificando fontes de receitas, como: organização de eventos para conseguir fundos, editais públicos, parcerias com empresas e iniciativas locais.

Conclusão: como uma boa captação de recursos impulsiona o sucesso de projetos

A captação de recursos é uma estratégia para que empresas tenham capital para atingir algum objetivo empresarial, que pode ser desde solucionar problemas de fluxo de caixa até realizar algum investimento focado em expansão. Conduzida da maneira certa, ou seja, com planejamento, objetivos alinhados ao plano estratégico, propostas bem estruturadas e relacionamento transparente com investidores, a captação fortalece a operação financeira da empresa, aumenta sua credibilidade no mercado e dá a sustentação que ela precisa para se manter e crescer.

Por isso, se chegou o momento de buscar recursos, siga as dicas que compartilhamos neste conteúdo e comece hoje mesmo a elaborar as análises necessárias para tomar as decisões que melhor se encaixam com o perfil do seu negócio e os objetivos a serem atingidos.

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